Introdução: Atualmente observa-se na prática dicotomias acerca da sistematização da assistência, tanto na fragilidade da interface com modelo assistencial adotado pelas instituições, bem como pela ausência de uma fundamentação teórica do processo de enfermagem. A fragilidade no processo se torna mais explicita, uma vez que os prontuários eletrônicos atualmente disponíveis para a prática diária no mercado, requerem amplo conhecimento e revisão de conceitos para aliar a tecnologia à prática, e assim garantir uma assistência de enfermagem de qualidade centrada nas necessidades do paciente. Objetivo: Relatar a implantação do processo de enfermagem informatizado, utilizando a gestão centrada no paciente. Metodologia: Trata-se de relato de experiência que descreve a vivência da coordenação de enfermagem das unidades de internação e coordenação da educação permanente na construção e desenvolvimento do Processo de Enfermagem no prontuário Eletrônico. Resultados: A construção do Processo de Enfermagem no prontuário eletrônico implicou em importantes reflexões sobre o papel do enfermeiro no gerenciamento do cuidado. Primeiramente foi necessário a escolha de um modelo assistencial condizente com a realidade da instituição, optou-se pelo gerenciamento da assistência centrado no paciente, trata-se de uma filosofia embasada no respeito ao indivíduo, na qualidade da assistência, nos resultados esperados e na satisfação dos pacientes. Para fundamentar o modelo assistencial, utilizado a Teoria das Necessidades Humanas Básicas. A partir do desenvolvimento teórico do processo, foi possível cadastrar no sistema os diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia NANDA, os resultados esperados (NOC) e as intervenções relacionadas aos resultados (NIC). Desta forma, os padrões de alteração identificados no histórico de enfermagem e evoluções diárias, ao serem selecionados no sistema, diagnósticos são sugeridos, estes, por sua vez trazem uma gama de intervenções correlacionadas. Assim, o enfermeiro preserva sua autonomia clínica, optando pelo diagnóstico e intervenções de acordo com a situação vivenciada pelo paciente. Conclusão: A informatização dos registros de enfermagem e uso do prontuário eletrônico do Paciente implicam numa ampla discussão e revisão dos modelos assistenciais, teorias adotadas e integração com o sistema, a fim de subsidiar a prática de enfermagem, otimizando a gestão do tempo do enfermeiro.