A procura por atendimento no âmbito dos serviços de emergência vem aumentando consideravelmente, e o sistema de classificação de risco como um processo dinâmico de identificação, permite a avaliação dos pacientes por meio dos critérios clínicos e não pela ordem de chegada. O objetivo do estudo foi descrever o perfil demográfico, clínico e desfechos dos pacientes atendidos na classificação de risco (CR) de uma unidade de emergência. Trata-se de um estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa, realizado em um pronto socorro de um hospital público do Recôncavo Baiano. Foram analisadas 1400 fichas de pacientes maiores de 18 anos atendidos na CR durante o período de dezembro de 2014 a junho de 2015. Os dados foram coletados por meio de um formulário estruturado, armazenados em banco de dados e submetido à análise estatística descritiva. Para as variáveis contínuas calculou-se média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo. Para as variáveis categóricas calculou-se frequência e percentual. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer nº 773.010/14. Os resultados apontaram uma média de idade dos pacientes de 42,3(18,8), predominando as faixas etárias de 18-28 anos (27,4%) e 29-39 anos (25,3%), sexo feminino (51,8%) e residentes no município de Santo Antônio de Jesus (84,2%). As variáveis raça/cor e escolaridade não foram preenchidas em nenhuma das fichas coletadas. Quanto aos antecedentes de doenças crônicas segundo faixa etária e sexo, constatou-se uma maior prevalência no sexo feminino com 58% de história de HAS, 61% de DM e 67% com cardiopatias, sendo mais atingida os indivíduos com idade acima de 60 anos. Destaque para antecedentes de AVC no sexo masculino com 67% dos casos. A queixa álgica foi a mais prevalente com 66,4%, sendo que a mialgia e a dor abdominal foram os principais tipos de dor com 26,6% e 23,6%, respectivamente. As queixas inespecíficas foram presentes em 19,9% dos casos, dentre os quais estão inclusos mal-estar e tontura. O encaminhamento para médico clínico ocorreu em 75,1% e 68% dos usuários receberam alta após a avaliação e 14,2% precisaram ficar em observação antes da alta hospitalar. Conclui-se que o perfil da demanda foi caracterizado por: pacientes do sexo feminino, faixa etária de 18 a 39 anos, procedente de Santo Antônio de Jesus, com emergências clínicas e queixa principal de dor.