Diante das necessidades da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), o Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional de Saúde Integral de LGBT (PNSILGBT) para a superação de todas as formas de preconceito, exclusão da cidadania, discriminação e garantia do direito à saúde. A Estratégia de Saúde da Família (ESF), porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), junto aos Centros de Testagem e Acolhimento (CTA), atuam na conscientização das especificidades LGBT, ajudando a promover a PNSILGBT e a universalidade do direito à saúde, apesar dos LGBT’s ainda sofrerem vários estigmas e discriminações dentro da assistência à saúde. Objetivou-se descrever as experiências vivenciadas em um projeto de extensão acadêmica, que caracterizou a implementação da PNSILGBT em municípios do agreste e sertão pernambucano. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa acerca das vivências deste projeto, realizado em uma ESF no município de Pesqueira - PE e no CTA da cidade de Arcoverde – PE durante o ano de 2017. Etapas do projeto: embasamento teórico-científico, busca ativa do público-alvo, ações de educação continuada com as equipes multiprofissionais, participação e produção de eventos temáticos, submissão e apresentação de trabalhos em eventos. Resultados: Sensibilização dos profissionais da ESF, a priori resistentes às intervenções do projeto através do incentivo à inclusão e acolhimento LGBT no serviço, com enfoque maior na difusão da PNSILGBT entre eles e o público. Foram então realizadas dinâmicas direcionais, rodas de conversas, houve o fortalecimento e incentivo à formação de grupos de apoio, palestras, panfletos, cartazes e elaboração da Cartilha de Saúde LGBT sobre a política. Ademais, no dia 16 de maio de 2017, o grupo participou do I Seminário de Saúde LGBT em Caruaru – PE e organizou o I Fórum Estudantil de Políticas Afirmativas para a população LGBTQ+ no IFPE - Campus Pesqueira. As vivências descritas possibilitaram a aproximação entre extensionistas, profissionais e usuários. Este relato contribui nas discussões sobre a importância enfermeiro na saúde coletiva como transformador, educador e participativo na comunidade e sociedade. Destarte, a população LGBT+ ainda segue necessitando de uma atenção especial quanto à garantia do direito ao acesso à saúde, bem como a dispor de profissionais capacitados e cientes destes direitos nos serviços de saúde, isto a fim de promover o acolhimento sem paradoxos preestabelecidos.