Introdução: no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população idosa com 60 anos ou mais duplicou entre os anos de 2000 a 2020, e tem-se uma projeção que em 2050 essa população será composta por 64 milhões de idosos, aspecto este que reforça a necessidade de se conhecer a autopercepção dos idosos, em relação a sua qualidade de vida, permitindo identificar os fatores que causam interferência e os aspectos que norteiam a construção de políticas de saúde para essa população. Objetivo: analisar a qualidade de vida de idosos que frequentam um centro de convivência. Método: estudo descritivo e transversal realizado em um município da região norte do estado de Mato Grosso do Sul. Foram entrevistados 106 (100%) idosos por meio dos instrumentos Whoqol-Bref e o módulo Whoqol-OLD. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Resultados: os resultados apontaram satisfação total de 62,55% para o Whoqol-Bref e de 66,06% para o Whoqol-OLD. Os domínios que mais contribuíram foram o de relações sociais com 67,22% e o de funcionamento do sensório com 70,87%. Já as facetas com os piores índices de satisfação foram o ambiente com 59,96% conforme Whoqol-Bref e a intimidade com 62,15%, de acordo com o Whoqol-OLD. Discussão: a ampliação QV na população idosa não está vinculada apenas com o avanço tecnológico, porém sofre influência das relações de convivência que são estabelecidas entre as pessoas e os ambientes que elas convivem. Assim, idosos que participam de um grupo de convivência possuem melhores percepções sobre a qualidade de vida do que os que não participam. Para tanto, a principal característica do envelhecimento saudável é a capacidade de aceitar as mudanças fisiológicas decorrentes da idade, sendo que as doenças e limitações não impossibilitam a experiência pessoal de uma velhice bem-sucedida. Conclusão: a avaliação da QV é um indicador importante da percepção da pessoa idosa em relação a sua situação de saúde, vínculo afetivo, perspectivas, medos e o modo de observar a realidade na qual está inserida. Frente a esse contexto, a equipe de enfermagem possui um papel fundamental na identificação de agravos e necessidade de suporte, seja de saúde, social ou familiar, nos mais diversos contextos, que lhe permitirá criar estratégias e ações de acordo com a real necessidade desses idosos. Descritores: Qualidade de Vida; Idoso; Envelhecimento.