Introdução: A caderneta de saúde da criança (CSC) é um importante instrumento de vigilância do desenvolvimento e crescimento da criança, a ser utilizada por profissionais e serviços de saúde. A qualidade no preenchimento da CSC favorece ações preventivas evitando morbimortalidade infantil. Por outro lado, a falta de acesso/ausência da CSC favorece o desconhecimento de sua importância e a pouca utilização de pais e profissionais. Objetivo: Descrever os aspectos de fragilidades do preenchimento da caderneta de saúde da criança de crianças internadas em um hospital infantil numa capital da região norte. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência em um hospital infantil, no período de 5 de maio a 10 de julho de 2017. A coleta de dados foi realizada na instituição de referência Hospital Infantil Cosme e Damião por meio de um questionário para conhecer o perfil sociodemográfico da criança/cuidador, com base no estudo de Faria e Nogueira (2013), e avaliar o preenchimento da CSC. Delimitou-se para o estudo apenas crianças na faixa etária de 0 a 5 anos, residente na capital. Após atender os preceitos éticos, conforme parecer nº 1.849.757 pelo CEP/NUSAU/UNIR. Resultados: Foram entrevistadas 49 mães/cuidadoras, das quais apenas 51% portavam a CSC, e destas 88% estavam incompletas ou preenchidas de forma inadequada, com destaque para os itens referentes aos instrumentos de vigilância, tanto do crescimento quanto do desenvolvimento. Os motivos de cuidadores não portar a CSC foram: “esquecer em casa”, terem “saído às pressas” ou que “quase nunca” andavam com a CSC. Conclusão: Identificou-se graves falhas na utilização da CSC por parte dos serviços e profissionais de saúde, que refletem no desconhecimento e “descaso” dos pais em relação à CSC. É urgente que sejam implementadas ações de educação continuada sobre a CSC na vigilância da saúde da criança, enquanto importante ferramenta do cuidar da criança.