Introdução: A transexualidade não está relacionada a escolha, não se trata de uma doença mental, debilitante ou contagiosa, não é perversão sexual ou tem a ver com orientação sexual, transexualidade é uma questão de identidade. Partindo da perspectiva da despatologização da identidade Trans, observa-se que o acesso aos serviços de saúde desta população é um dos pontos mais críticos e que necessita de maior atenção por parte dos profissionais da área da saúde. Objetivos: Relatar a experiência de uma ação em saúde para pessoas Trans Metodologia: Trata-se de um relato de experiência acerca da atenção integral a saúde da pessoa Trans em uma das ações do projeto de extensão “Transexualidade e Voz” realizada na Clínica Escola da Universidade Federal de Sergipe, na cidade de Lagarto. A ação ocorreu durante o II Mutirão Nacional da Rede EBSERH, com atendimento multiprofissional e contou com a participação de: Enfermeiras, Ginecologista, Psicólogo, Nutricionista, Fonoaudiólogo e Defensores Públicos. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética com o CAAE: 48581715.3.0000.5546, sob o parecer: 1.313.343 Resultados: A estratégia de ação foi baseada na demanda cotidiana do Ambulatório de Saúde Integral Trans, com atendimentos regulares de: Fonoaudiólogo, Endócrino, Ginecológico, Serviço Social, Nutricional, Psiquiátrico, Psicológico e Enfermagem. O maior público atendido neste ambulatório é de homens trans, deste modo priorizou-se os atendimentos voltados a essa população, incluindo a retificação do nome de registro e consulta ginecológica. Houve também atividades que contemplassem mulheres Trans e travestis, assim realizou-se rodas de conversa sobre temas como alimentação, violência, cuidados em saúde e ajustes vocais. Ao todo foram realizados 12 atendimentos em Ginecologia, 17 em Terapia Ocupacional, 14 em Nutrição e 14 em Psicologia. A Enfermagem ficou responsável pelo Acolhimento e pré-consulta de Ginecologia. Houve ainda impressão do cartão do SUS com o nome social, visando diminuir o número de deslegitimação de identidade ao não chamar o usuário ou usuária pelo nome social. Com o mutirão alguns usuários e usuárias puderam conhecer o ambulatório e iniciar o acompanhamento com todas as especialidades ofertadas. Conclusão: Ao promover atendimento multiprofissional para a população Trans, tentou-se contribuir para a melhoria na qualidade de vida dessa população que não possui um fácil acesso à saúde.