INTRODUÇÃO: O termo saúde engloba inúmeras interpretações que instigam debates variados de acordo com os aspectos culturais, ou conforme os determinantes sociais da saúde (DSS). Com isso, tendo em vista a importância de debates não meramente biomédicos, mas visando compreender o fenômeno social como um predisponente para o adoecimento, e buscando debater sobre saúde e direitos sob uma perspectiva mais ampla, surgiu o Coletivo Saúde e Direitos das Mulheres, que iniciou o seu trabalho com o intuito de colaborar na modificação de alguns paradigmas enraizados na sociedade, que prejudicam o cuidado integral à saúde da mulher. OBJETIVO: relatar a experiência ao longo de 4 anos de um coletivo de discentes de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem, e a promoção de seminários e rodas de conversas sobre a Saúde das Mulheres para além do modelo biomédico instituído academicamente. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência sobre a construção de um coletivo denominado Saúde e Direito das Mulheres, que surgiu no dia 24 de maio de 2013, formado em sua maioria por discentes de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA). A inquietação que seus membros possuíam impulsionou a abordagem interdisciplinar dos contornos sociais e culturais que influem no âmbito do acesso a saúde. Devido à premissa de debater temáticas que raramente são debatidas em sala de aula e nos campos de prática, este Coletivo almejou contemplar pautas sobre as nuances não apenas biomédicas que estão atreladas aos agravos de saúde. RESULTADOS: Nesta caminhada foram construídos seis seminários e diversas ações com espaços de discussão nas comunidades para o empoderamento das mulheres sobre questões ligadas a saúde, gênero, sexualidade e violência. Para uma abordagem mais elucidativa, três eixos foram construídos para a explanação das atividades realizadas, colocadas de acordo com os temas de seus eventos. A primeira categoria aborda o “Contexto da Invisibilidade da Saúde das Mulheres” que traz um debate sobre gênero, feminização da epidemia da AIDS e orientação sexual. A segunda categoria “A Violência Contra as Mulheres Amazônidas”, que faz uma discussão sobre como as violências repercutem no adoecimento das mulheres. A terceira categoria cita atividades desenvolvidas fora do circuito acadêmico. CONCLUSÃO: Os espaços de discussões promovidos pelo coletivo mostraram que estes debates são essenciais para a formação dos acadêmicos de diversos cursos, incluindo o de Enfermagem.