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Anais - 20º CBCENF

Resumo

Título:
II JORNADA DA CIDADANIA EM UMA PENITENCIÁRIA FEMININA NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
PAMELLA CRISTINA BELLI DA SILVA
Autores:
  • CAMILA APARECIDA RIBEIRO CHAGAS
  • CAROLINA ABEL
  • JENNIFER FREIRE PRATES
  • VIVIEN SAIURI OTA
  • MONICA COSTA RICARTE
Modalidade:
Pôster
Área:
Cuidado, Tecnologia e Inovação
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução. O Brasil ocupa o terceiro lugar em população carcerária no mundo. A população prisional é jovem, de baixa escolaridade, tem envolvimento com drogas ilícitas e apresenta grau importante de ruptura dos vínculos familiares. Esses dados compõem um retrato da exclusão social a que toda essa população foi submetida antes do ingresso na prisão e que se aprofunda com o aprisionamento. Objetivo. Relatar a experiência vivida com o processo de enfermagem no cuidado de enfermagem às mulheres recuperandas na Penitenciária Feminina de Campinas durante a II Jornada da Cidadania. Método. O evento ocorreu em abril de 2017, onde existem cerca de 800 reclusas e contou com participação de membros da comunidade acadêmica da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (convênio realizado com a Secretaria de Administração Penitenciária): membros do curso de Enfermagem e o grupo do Programa de Educação Tutorial. Resultados. Atendeu-se cerca de 100 mulheres, várias hipertensas, obesas e que nunca haviam realizado ou que não realizavam exame preventivo de citologia oncótica a muito tempo. Discussão. Numa sociedade que se diz inclusiva, que há muito o que melhorar sendo ainda precário o acesso à saúde. Embora tenha gerado certa apreensão no início, os trabalhos foram realizados com muita tranquilidade. Ficou claro que as reclusas carecem de informação, atenção e cuidados com relação à sua saúde. Uma agente prisional relatou já ter realizado cinco partos no local, pela falta de um profissional qualificado para o mesmo. De fato, material fora do prazo de validade foi encontrado no ambulatório. Os pontos positivos encontrados ao longo do evento foram o respeito das recuperandas pelas agentes penitenciárias e pela equipe de Enfermagem, o interesse de várias delas em adquirir conhecimento, o valor que dão à saúde, a vontade de sair logo e não mais retornar. A própria realização do evento demonstra interesse das autoridades em mudar a realidade que foi encontrada. Conclusão. É necessário dar condições melhores de vida à população para que uma pessoa não tenha que ser reclusa e retirada do convívio de seus amigos e familiares. Para além, repensar o que caracteriza o “tratamento humano”, a “humanização” sabendo-se que depois deste período de reclusão chegará o momento de socializar esse indivíduo. O mais importante é, sem dúvida, dar condições para que estas mulheres acreditem que elas podem ser melhores e assim retornem ao convívio social de uma forma digna e integral.