A consulta de enfermagem no período pré-operatório tem a finalidade de avaliar as condições clínicas do paciente e orientá-lo para o procedimento cirúrgico. O objetivo deste estudo é descrever a importância da consulta de enfermagem pré-operatória como barreira para minimizar a ocorrência de eventos adversos. Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido no setor de consulta de enfermagem em instituição privada, com regime de Hospital Dia, na cidade de Salvador- Bahia, no período de julho de 2015 a junho de 2016. Identificou-se as atividades da enfermeira, fluxo de consultas e cirurgias realizadas, jejum/preparo incorreto e motivos das suspensões. Entre as funções do enfermeiro estão a realização da consulta, que é composta por histórico de enfermagem e avaliação das condições clínicas, encaminhamento para reavaliação de exames, alimentação de sistemas de informação internos e reorientação para informar jejum e preparo, em casos de mudança de horário/data. Neste período foram realizadas 12699 consultas, que geraram 11886 cirurgias, das quais, 97 pacientes realizaram jejum incorreto, o equivalente a 0,82% do total de cirurgias realizadas. O total de cirurgias canceladas foi de 790, correspondendo a uma taxa de suspensão de 6,2%, inferior aos dados da literatura que apontam taxas de até 19,9%. Entre os motivos das suspensões estão o paciente ASA III, com doença sistêmica descompensada, vigência de infecção, continuidade do uso de anticoagulantes pela não absorção das orientações, casos de pacientes psiquiátricos em surto e jejum incorreto. Diante da iminência de um procedimento cirúrgico, o indivíduo traz consigo expectativas, ansiedade, dúvidas e temores. E é nesse cenário que o enfermeiro deve atuar utilizando as técnicas de comunicação efetiva para avaliar o grau de entendimento do paciente. A consulta de enfermagem tem demonstrado amplo alcance de sua finalidade, funcionando como medida de barreira, pois os eventos adversos ocorridos neste período não tiveram correlação com o descumprimento das orientações pré-operatórias pelo paciente. O que é evidenciado pelo baixo percentual de jejum incorreto, diante do fluxo de atendimento e da taxa de suspensões.