Embora milenar, a hanseníase ainda é um dos principais problemas de saúde que afligem o país (CAVALCANTE, 2012). As incapacidades e deformidades físicas interferem na imagem corporal do doente, gerando preconceitos, discriminações e exclusões sociais (BATISTA, 2014). Como forma de prevenir o avanço de deformidades e incapacidades futuras e as já instaladas, o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Controle da Hanseníase, propõe ações educativas em autocuidado (BRASIL, 2006). Objetivos: Buscar a conscientização da importância do autocuidado e da integridade física, promover práticas exercícios que contribuam na prevenção de incapacidades e deformidades e discutir aspetos relacionados aos direitos e deveres dos usuários no Sistema Único de Saúde. O relato de experiência foi realizado no período de 2013 a 2014 proveniente do grupo de pesquisa e extensão intitulada “Integração MORHAN” do curso de enfermagem da Universidade de Pernambuco referente às atividades do subgrupo de autocuidado, em parceria com o MORHAN – Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase. A coleta de dados aconteceu através de visitas domiciliares tendo como instrumento as escalas de Participação Social e a de Estigma de Jacob. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE 24821313.4.0000.5192, estudo compõe o projeto “Práticas de autocuidado em hanseníase: Reabilitação social, física e psicológica”. Como resultados, foram realizadas leituras exaustivas e discussões sobre o tema. Ocorreram visitas domiciliares a três pacientes, sendo 2 jovens com idades de 15 e 18 anos e um adulto de 58 anos, todos com hanseníase do tipo virchowiana e com comprometimentos físicos. Nas visitas, foi possível abordar aspectos sobre a importância do autocuidado, explicação sobre as práticas de exercícios para ajudar na reabilitação e diminuição e/ou prevenção de incapacidades físicas, além de discutir os direitos sociais das pessoas acometidas pela doença. Assim, concluímos que a partir da análise, observou a necessidade de atividades de educação em saúde no foco do autocuidado para garantir a adesão ao tratamento e a prevenção de incapacidades, pois o processo de adoecer de hanseníase tem um significado específico para o doente que é construído a partir de vivências individuais e do convívio com a doença. Também destacou a necessidade de fortalecimento do programa de controle da hanseníase na infância e adolescência.