O câncer de colo de útero tornou-se um problema de saúde pública em decorrência das taxas de incidência que apresenta, observa-se ocorre em maior frequência nos países em desenvolvimento. A estratégia utilizada para o diagnóstico precoce das lesões precursoras e do câncer de colo de útero é o rastreamento de mulheres com idade entre 25 e 64 anos; no entanto, há dificuldade de adesão destas mulheres ao rastreamento, sendo os motivos agrupados em dois segmentos: fatores relacionados aos serviços de saúde e aspectos culturais/comportamentais das mulheres. Sendo assim, o estudo teve como objetivo identificar os fatores que influenciam na adesão ao rastreamento do câncer do colo do útero das mulheres no município de Coxim?MS, no ano de 2017. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa dos dados. Foi realizado pesquisa de campo nas Unidades de Saúde da Família do município de Coxim-MS, no período de fevereiro a março de 2017. Participaram do estudo as mulheres com idade de rastreamento, residentes na área adstrita das Unidades de Saúde e que realizam o exame de Papanicolau exclusivamente nos serviços de saúde pública. Desta forma, a amostra foi constituída por 63 mulheres, mulheres com idade entre 25 e 62 anos, sendo a mediana de 39 anos de idade e faixa etária de 25 a 39 anos representou 50,8% da amostra; 61,9% (n=39) eram casadas, 68,3% (n=43) eram responsáveis, exclusivamente, pelos afazeres domésticos e 58,8% (n=37) possui ensino fundamental. Quanto aos motivos que dificultam a adesão ao rastreamento, o sentimento de vergonha é o principal fator apontado (n=58), seguido pelo sentimento de medo (n=5) e dor durante a coleta (n=4). Em relação aos aspectos organizacionais, o relacionamento com o profissional responsável pela coleta (n=3) e o ser do sexo masculino (n=3) aparecem como principais motivos; 3% das mulheres (n=2) relataram dificuldade de acesso ao serviço. Diante do exposto, ressalta-se a importância do acolhimento, de posturas éticas e técnicas dos profissionais diante da população feminina, pois os aspectos culturais influenciam predominantemente na adesão ao rastreamento.