Introdução: A educação em saúde é uma estratégia que visa integrar o conhecimento comum e o científico, proporcionando aos atores do processo uma visão crítica, participativa e emancipada. Além, de propiciar conexão com ideias, empoderamento comunitário e transformação do cenário atual, no sentido de construção e expansão de novos saberes. Essa estratégia tem sido recomendada no campo da hanseníase, condição infectocontagiosa crônica hiperendêmica em Mato Grosso, que pode induzir a deformidades e incapacidades físicas se não diagnosticada precocemente e tratada oportunamente. Acredita-se que, a educação em saúde sobre a temática pode proporcionar aos indivíduos a oportunidade de construir conhecimentos com vistas à demanda espontânea aos primeiros sinais da doença, à promoção e manutenção da saúde. Objetivo: relatar a experiência de docentes e discentes na aplicação de oficina educativa sobre hanseníase nas escolas. Método: trata-se de um relato de experiência acerca da intervenção em saúde realizada com adolescentes de 10 a 14 anos, cursando do 5º ao 9º ano e matriculados nas escolas estaduais do município de Cuiabá, Mato Grosso. Resultados: a oficina educativa foi desenvolvida por meio de um roteiro, com duração de 2 horas, que abordava o conceito da hanseníase, os medos, as dúvidas, os sentimentos, a classificação, os sinais e sintomas, a transmissão, o diagnóstico e o tratamento. Foram utilizados como recursos: técnica de dinâmica do quebra-gelo, da face, do semáforo, do verdadeiro ou falso e do feedback (técnica do mosaico). Vislumbra-se, por meio das falas dos participantes, que estas técnicas aplicadas na educação em saúde com adolescentes promoveram a construção e/ou melhora do conhecimento, permitindo a compreensão acerca dos aspectos gerais da hanseníase, sobretudo por se tratar de uma abordagem lúdica, tornando a intervenção mais atrativa para esse público especificamente. Como preconizado, as oficinas propiciaram ambiente de troca de saberes, onde os adolescentes colocavam seus medos, opiniões e conhecimentos, incorporando novos conceitos e edificando seus saberes. Conclusão: Conclui-se que as oficinas aplicadas apresentaram um impacto positivo na comunidade escolar, uma vez que os adolescentes participaram ativamente do processo, no qual se verificou construção do conhecimento e a quebra de estigmas socialmente construídos, promovendo a emancipação dos sujeitos no que tange a hanseníase.