A incidência da transmissão vertical de sífilis/HIV pode ser diminuída por meio da oferta de diagnóstico precoce e tratamento adequado. O presente estudo teve como objetivo descrever a capacitação de profissionais de saúde e da educação, bem como estudantes, para a prevenção da transmissão vertical de sífilis/HIV. Ocorreu em dezembro de 2016, em Redenção-Ceará. O foco da capacitação foi o cuidado com a gestante na prevenção da transmissão vertical de sífilis e HIV, de modo que o mesmo iniciou com um enfermeiro palestrando sobre a clínica destas doenças. Contou-se ainda com a participação de uma assistente social para abordar o aconselhamento a gestante que recebe resultado positivo, de modo a oferecer o cuidado que transcende a prevenção, mas aborda o tratamento e acompanhamento da mulher e de sua família. Percebeu-se que os profissionais conhecem as doenças, porém o cuidado a casos especiais ainda está comprometido, como por exemplo, mulheres com comorbidades. Dois grandes entraves enfrentados foram ressaltados: cuidado contínuo da mulher e do parceiro, bem como o fornecimento de insumos para teste rápido e tratamento. Outro enfrentamento é a dificuldade em fazer contato com o parceiro, agravada pela sua multiplicidade. Com relação aos insumos, ficou evidente que muitos municípios sofrem com a falta de material para o uso cotidiano da unidade de saúde. Com relação ao HIV, as profissionais citaram não haver empecilhos para o encaminhamento das pacientes diagnosticadas por parte do serviço, mas muitas vezes a negação do seu estado por parte da mulher atrasa o início do tratamento, o que pode ser decisivo na contaminação do concepto. Alguns profissionais destacaram a necessidade de um novo treinamento prático para a realização do teste rápido para HIV e sífilis. Percebe-se a necessidade de atuação contínua de profissionais da saúde, bem como os profissionais da educação que muitas vezes se deparam com este problema sem ferramentas para enfrentá-lo, bem como a necessidade de engajamento incondicional por parte dos gestores. Portanto, constata-se que embora o cuidado aos pacientes com HIV e sífilis seja amplamente estimulado, cada vez mais representando uma ação intersetorial, com programas governamentais bem estruturados, na prática ainda existem empecilhos a implementação deste cuidado. BRASIL. Transmissão vertical do HIV e Sífilis: Estratégias para redução e eliminação. Ministério da Saúde. Brasília/DF, 2014.