Interação medicamentosa é uma resposta farmacológica, toxicológica, clínica ou laboratorial causada pela combinação entre medicamentos. Pode resultar em um aumento ou diminuição da efetividade terapêutica ou ainda no aparecimento de novos efeitos adversos. O objetivo do estudo foi conhecer os fármacos utilizados pelas mulheres em associação com anticoncepcionais que podem causar interações medicamentosas que possam comprometer o efeito contraceptivo. O estudo apresenta abordagem quantitativa, foi realizado em 5 Unidades Básicas de Saúde do Estado do Ceará, de julho a dezembro de 2016. O instrumento de coleta de dados proposto foi preenchido por meio de entrevista, que foi respondida por 199 mulheres. O estudo conta com financiamento da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Das participantes do estudo, a maioria possuía de 20 a 35 anos de idade (143) e era solteira (89). Referente ao uso de álcool 55 mulheres responderam que fazem uso. Quanto ao uso de medicamentos, os mais utilizados são: analgésicos (118), antibióticos (43), medicamentos de uso contínuo – anti-inflamatório, corticoides, antihipertensivo, antialérgico, antidepressivo, hipoglicemiante (31), antifúngicos (17). O uso de antibióticos indiscriminadamente pode interferir na biodisponibilidade do contraceptivo e impedi-lo de realizar a sua função. A aceleração do metabolismo hepático é outro mecanismo pelo qual os antibióticos podem reduzir as concentrações hormonais e, portanto, levar a uma interferência na ação dos anticoncepcionais. Em relação as interações com pacientes em uso de corticosteroides e estrogênios devem ser observadas quanto ao aumento dos efeitos esteroides. Os anticoncepcionais orais aumentam a meia-vida nos corticoides e com ele, seus efeitos. Com o etilismo ocorre o aumento dos níveis de estradiol, podendo levar a tromboses e a neoplasia de mama. Portanto o estudo constata que as mulheres fazem uso de medicamentos que podem interagir tanto potencializando, como inativando os efeitos do princípio ativo. Evidenciando a necessidade de novas estratégias de disseminação de informações e investigação pelo profissional de saúde se a mulher faz uso de algum medicamento concomitantemente com o MAC. Visto que a interação medicamentosa pode levar à ineficiência do tratamento, gravidez indesejada ou outras alterações. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Glossário da Resolução RDC, nº 4. ANVISA, 2009.