Introdução: a escola é considerada um dos principais locais para a prática de intervenções de prevenção ao uso de álcool e outras drogas, pois é um dos locais onde o adolescente permanece vinculado por tempo considerável e convive em sociedade, porém, consideramos que para o desenvolvimento de ações educativas é necessário um estudo prévio sobre as representações sociais de adolescentes frente ao uso de drogas, dessa forma, é possível direcionar as ações para as reais demandas a serem abordadas, sendo assim, o objetivo deste estudo foi identificar o nível de informação, crenças e atitudes de adolescentes de nove escolas municipais de Belo Horizonte para, posteriormente, elaborarmos um projeto de intervenção sobre o uso de álcool e outras drogas que seja compatível com a demanda e o público alvo. Método: estudo transversal, descritivo e exploratório com alunos de 10 a 19 anos, cursando o 7º e 8º ano, ou ainda matriculados no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) de nove escolas municipais de Belo Horizonte. A amostra foi composta por 240 estudantes. Foi aplicado um questionário sobre as características sociodemográficas e a Escala de Representações Sociais do Consumo de Álcool e Drogas em Adolescentes. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas, utilizamos ainda testes para verificar a existência de diferença entre médias e correlação entre variáveis contínuas. Resultados: a idade mediana foi de 13 anos e houve predominância do sexo masculino (52,9%). Nessa amostra, 29,2% referiram a utilização de algum tipo de droga na vida, sendo o álcool a de maior consumo (28,3%), seguido pela maconha (8,7%) e tabaco (7,1%). Os resultados apontaram de nível de informação satisfatório, atitudes predominantemente não positivas e neutralidade em relação às crenças com ligeira tendência a sentimentos positivos. Foi identificado ainda que o nível de informação influencia nas atitudes e crenças dos estudantes. Conclusão: a elaboração de um projeto de intervenção baseada no prévio conhecimento da população a qual se deseja abordar torna-se um facilitador no reconhecimento de potenciais fragilidades, dessa forma, possibilita ao grupo de trabalho abordagens direcionadas e potencialmente efetivas.