Introdução: a violência contra as mulheres é um grave problema de saúde pública devido a sua grande incidência além das graves repercussões para a sociedade. Todas as mulheres correm o risco de serem vitimadas, no entanto alguns grupos como as trabalhadoras rurais, parecem estar particularmente vulneráveis. Objetivo: Avaliar o perfil da violência perpetrada contra trabalhadoras rurais no município de Petrolina. Método: estudo descritivo, quantitativo, a amostra foi composta por 90 trabalhadoras rurais, utilizando como instrumento de coleta de dados entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados à luz da estatística descritiva para as associações entre as variáveis utilizou-se o Teste Qui-Quadrado. Resultados: Considerando que uma mesma pessoa pode sofrer mais de um tipo de violência, a maioria das mulheres (88%) relatou situações de violência física, seguidas de sexual (10%) e psicológica (8%). 50 delas declararam ter sofrido violência durante a infância sendo que 88% relataram situações de violência física. 44 relataram ter presenciado violência contra uma mulher durante a infância, sendo a mãe apontada como vítima em 36% dos casos. A exposição à violência durante a infância mostrou associação com a violência física (p= 0,0086) e psicológica (p=0,0209) durante a idade adulta. Quanto à violência física, a cabeça e o pescoço foram às estruturas mais atingidas, 66%. 40 mulheres relataram ter sofrido violência psicológica, em 67,5% dos casos, o motivo desencadeante foi o ciúme. Quando questionadas se já foram obrigadas a fazer sexo, 16 entrevistadas afirmaram que sim, sendo o agressor na maioria das vezes o companheiro. 19 mulheres relataram situações de violência no ambiente de trabalho sendo em 17 casos (89,47%) psicológica e 2 física (10,53%). Quanto ao perpetrador da violência em 52,63% das vezes aparece o supervisor. Conclusão: há uma alta prevalência de violência entre as trabalhadoras rurais. A exposição à violência durante a infância é um agente influenciador na vitimização durante a fase adulta. As trabalhadoras rurais estão expostas à violência tanto no ambiente privado do lar quanto nos seu local de trabalho.