A partir da Reforma Psiquiátrica na década de 80, surge movimento de descentralização da assistência à saúde para garantir a assistência integral e equitativa à saúde (STELLA et al, 2009). Objetivou-se refletir sobre a assistência de enfermagem a usuários de álcool e outras drogas. Trata-se de um estudo reflexivo, realizado nos meses de janeiro a março de 2017, através da consulta de artigos indexados nas bases de dados Scielo e Lilacs. Utilizaram-se os termos cadastrados no Descritores das Ciências da Saúde (DECS): Drogas, Assistência de enfermagem, Saúde mental, com auxílio de conectivos booleonicos. A nova perspectiva advinda com a evolução técnico-política deu um novo olhar ao modelo de atenção à saúde mental, buscando a atenção em forma de rede, com articulação dos diversos membros em busca da atenção integral do indivíduo e garantia da continuidade da assistência. Nesse interim, as habilidades técnicas dos profissionais de saúde são importantes para o acompanhamento e continuidade do cuidar. As ações de enfermagem devem voltar-se para o alcance de resultados e metas a curto e longo prazo, com atenção as prioridades e buscando reduzir as complicações. A redução do dano, quando possível, deve ser avaliado e aplicado pelo profissional de enfermagem objetivando a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas que fazem uso prejudicial de SPA. Dentre as principais intervenções pode ser destacada, prioritariamente, a prevenção de overdose ou infecção aguda, impedir a progressão de um estágio de uso de drogas para outro, bem como da associação do uso de drogas com práticas prejudiciais à saúde, diminuindo os índices de comorbidades advindas do consumo. A construção da assistência de forma qualificada, abrangente e acolhedora, requer iniciativa na busca por qualificação e formação continuada. O profissional de enfermagem, em muitas ocasiões, é o membro do sistema de saúde que está mais presente na assistência a esse paciente, o que torna uma situação propícia para a coleta de dados relevantes para assistência e na criação de vinculo profissional. Essa população necessita de assistência de enfermagem direcionada, com foco nas singularidades e que atenda as situações envoltas no processo de reabilitação, dessa forma, a construção da atenção holística requer sensibilidade a alterações e qualificação continuada.