Introdução: A Redução de Danos é um movimento internacional que tem como definição um conjunto estratégico de medidas de saúde pública destinadas a minimizar as consequências adversas do uso prejudicial de álcool e outras drogas. Tais medidas se configuram em ações que objetivam diminuir riscos e danos de natureza biológica, psicossocial e econômica provocados de forma direta ou indireta pelo uso e abuso de substâncias psicoativas, sem preconizar a imediata abstinência. Objetivo: Discutir a Política de Redução de Danos como estratégia utilizada pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS via Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem – MEDLINE via Pubmed e Web of Science, utilizando como descritores controlados Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias, Redução de Danos e Atenção Primária à Saúde. Resultados: A estratégia de redução de danos ganha relevância por meio da política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e de outras drogas, e configura-se como potencialização dos direitos do usuário, por priorizar a universalidade do acesso à assistência e a descentralização do atendimento. Contudo, as ações desenvolvidas pelos profissionais da Atenção primária à Saúde mostraram-se limitadas por motivos como pouca cientificidade à respeito da política, por acreditarem no comportamento de risco advindo dos usuários e também, a visão conservadora e moralista de alguns profissionais ao terem que assistir diretamente à esta população. Conclusão: Embora a Política de Redução de Danos tenha ganhado espaço no campo da saúde pública, ainda encontramos diversos desafios, que demandam uma compreensão ampliada do fenômeno das drogas, a fim de formular propostas de atendimento baseada nos princípios de respeito ao usuário, capaz de criar condições favoráveis para um diálogo aberto sobre o fenômeno na sua complexidade.