O Brasil é o país de maior biodiversidade do mundo e possui uma infinidade de plantas com fins medicinais. Desse modo, as plantas têm sido muito utilizadas para o tratamento de doenças e por isso, a cada dia, mais fitoterápicos têm sido colocados à disposição no mercado. O estudo teve por objetivo identificar as plantas utilizadas por uma comunidade rural do município de Rondonópolis-MT para o tratamento de problemas renais. Foi realizado um estudo etnobotânico das espécies vegetais utilizadas para fins medicinais com 50 moradores da comunidade. O local foi escolhido mediante sorteio e as informações obtidas por meio de entrevista semi-estruturada. Dentre as plantas utilizadas as espécies vegetais mais citadas foram: Douradinha (Palicourea xanthophylla M.) e Malva-branca (Waltheria communis A. St.-Hil.). Waltheria communis A. St.-Hil. pode ser encontrada no cerrado, em áreas urbanas como beiras de ruas, terrenos baldios. Em levantamento bibliográfico, o uso da espécie foi referenciado para finalidade diurética e tratamento de cistite, além de outras indicações como aftas, tratamento de diabetes, antiinflamatória, antitérmica, doenças respiratórias. Palicourea xanthophylla M. (douradinha) é uma espécie indicada pela literatura para problemas de infecção urinária, cálculo renal, reumatismo. A parte da planta mais utilizada pela comunidade rural é a folha na forma de chá caseiro. Conclui-se que estas espécies utilizadas popularmente para o tratamento de problemas renais possuem as mesmas indicações terapêuticas na literatura cientifica. Entretanto, a realização de pesquisas mais aprofundadas para detectar todos os princípios ativos da planta é útil para população, uma vez que o uso inadequado pode trazer conseqüências ao organismo humano. Os profissionais de saúde também devem ter uma abordagem terapêutica do uso e finalidades dos recursos vegetais para aprimorar o conhecimento e esclarecer a população de possíveis danos a sua saúde.