INTRODUÇÃO: A adolescência é o período da vida compreendido entre a infância e a fase adulta, que é marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. A gravidez neste grupo populacional vem sendo considerada, no Brasil e em outros países um problema de saúde pública com diferentes taxas de prevalência. OBJETIVOS: analisar os sentimentos que emergiram nas adolescentes com a maternidade. MÉTODOS: estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, realizado no município de Barra do Garças, Mato Grosso, do qual participaram onze adolescentes que tiveram seus filhos no Hospital Municipal, no ano de 2012. Utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturado, com gravação de voz, onde as adolescentes foram questionadas sobre a maternidade. Este trabalho se insere em um grupo de pesquisa intitulado “Adolescência: Gestação, Parto e Puerpério”. Os dados foram coletados após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso, sob Parecer Consubstanciado nº 69351 de 08 de agosto de 2012. RESULTADOS: a média de idade das participantes foi de 17 anos. Em relação ao estado civil, 81% das entrevistadas eram solteiras. Quanto a escolaridade a maioria possui ensino médico completo. Já o tipo de parto foi 54% cesariana e 46% parto vaginal. Todas as adolescentes tiveram uma gravidez não planejada. Em relação aos sentimentos apresentados pelas adolescentes frente à maternidade foram identificados cinco, os quais foram divididos nas seguintes categorias: responsabilidade, prazeroso, desconhecimento, impedimento e dificuldade. CONCLUSÃO: a gravidez precoce coloca em conflito os ideais e objetivos da jovem. A adolescente se sente decepcionada consigo mesmo e enfrenta muitas dificuldades para se adaptar em um curto período de tempo. A jovem tem de deixar de ser filha para assumir o papel de mãe, o de receber colo para o dar colo. A gravidez para todas as adolescentes entrevistadas não foi planejada e a notícia foi recebida com surpresa. Apesar da inúmera gama de informações fornecidas nesta era, inclusive sobre métodos contraceptivos muitas adolescentes continuam engravidando. Este fato pode ser explicado pelo sentimento de imunidade que a adolescência traz, levando a jovem ao sexo desprotegido e a consequente gravidez. Em relação à maternidade observou-se que a maioria buscou adaptação a nova fase. Apenas duas adolescentes demonstraram sentimentos negativos em relação ao filho.