Introdução: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) é uma ação conjunta dos Ministérios da Saúde e Educação que se configura como uma estratégia que visa à iniciação dos estudantes da área da saúde ao trabalho, assim como qualificação dos profissionais de saúde, de modo a promover o intercâmbio de conhecimentos no contexto das necessidades do SUS. Nas atividades do programa, o método da estimativa rápida é uma das formas de obtenção de informações acerca das condições de saúde de uma determinada comunidade. Objetivos: Construção conjunta de instrumento para coleta de informações de uma comunidade, visando o direcionamento de ações de promoção da saúde. Metodologia: Relato de experiência de um grupo de alunos dos cursos de graduação em enfermagem e medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, que fazem parte do PET-Saúde, acerca da construção de instrumento para coleta de informações das condições e necessidades de saúde das famílias adstritas de três Unidades de Saúde da Família, no município de Rondonópolis. Resultados: o instrumento de coleta foi elaborado na perspectiva metodológica da estimativa rápida. Para tanto, as tutorias semanais com participação de graduandos, tutores e profissionais de saúde conduziram às discussões teóricas acerca da pertinência, aplicabilidade e formato do instrumento de coleta de dados. Assim, as condições de saúde da população previamente selecionada foram agrupadas por ciclos de vida, seguindo os períodos de 0 a 2 anos de idade, 3 a 12 anos, 12 a 18 anos, 18 anos a 65 anos e o último grupo com perguntas específicas do idoso. Conclusão: A experiência proveniente das discussões entre graduandos, tutores e profissionais de saúde permitiram não somente a construção de um instrumento, mas principalmente, a compreensão da importância da referida metodologia, visto ser essencial a elaboração do planejamento no âmbito da Estratégia Saúde da Família, uma vez que a análise comunitária é extremamente necessária para a organização do processo de trabalho de equipes multiprofissionais, que se deparam, durante a rotina, com as necessidades de diferentes grupos e populações em vulnerabilidade social. Há, portanto, uma intermediação entre a organização dos serviços de saúde e as necessidades que são percebidas tanto do ponto de vista profissional como da ótica da comunidade e assim potencializa-se a eficiência das políticas públicas de saúde e amplia-se o entendimento do processo de saúde-doença.