INTRODUÇÃO: Os Waimiri Atroari possuem uma população de 1.832 indígenas, divididos em 33 aldeias, na BR-174 e acima de Novo Airão. Sobrevivem da agricultura, piscicultura, artesanato e caça. Destaca-se o ritual “Marybaâ€? marcado pelo “Behéâ€?, passagem para a fase adulta e oportunidade de casamento. OBJETIVO: Relatar a visita técnica à sede do Programa Waimiri Atroari e descrever características étnico-culturais no contexto de saúde da mulher indígena da etnia Waimiri Atroari. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório e bibliográfico com bases em artigos científicos resgatados da base de dados da SCIELO e na biblioteca da FIOCRUZ além de visita técnica ao Programa Waimiri Atroari. RESULTADOS: A menarca é simbolizada pelo ritual de behé, realizado pelos Paxirás e Ereny que emitem cantos representando a maturidade da menina. Casamento: Ocorre entre primos, sendo realizado pelos lideres das malocas junto aos eremis e paxirás. Gestação, Parto e Pós-parto: A mulher deixa as atividades diárias e o homem assume as necessidades da casa. Ela vem a Manaus no sétimo mês para avaliar a estática fetal, realizar exames de imagens bioquímicos e sorológicos. Caso o concepto se apresente em modo transverso, a gestante permanece sob observação médica. O parto na aldeia é reservado ao esposo, parteira e ao líder da maloca, sendo realizado pelo esposo ou líder mais velho. Previamente é cavado um buraco para enterrar a placenta e em casos de distócia, há o encaminhamento para a cidade mais próxima. A criança é levada aos braços da mãe, sendo alimentada por leite materno. É praticado infanticídio em caso de más formações, mas é aceito o nascimento de gemelares. Na recuperação pós-parto, a mulher retorna as atividades diárias e o marido fica de resguardo por três dias. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A mulher Waimiri-Atroari é pouco notada, sem a atenção necessária à sua saúde. Ocorreram poucos avanços e, portanto, compreende-se que a prestação de serviços do SUS à mulher indígena possui restrições, tanto por razões políticas e geográficas quanto valores culturais, cabendo aos profissionais de saúde o atendimento qualificado, em detrimento aos princípios do SUS.