Introdução: O processo de trabalho das Unidades Básicas de Saúde tem como princípio a territorialização, que consiste na delimitação e reconhecimento do território, possibilitando desenvolver diversas ações locais, como adscrição da população, diagnóstico situacional, vigilância em saúde e também, a formação de vínculo entre a equipe de saúde e a população do território. Neste sentido, é primordial que os discentes dos cursos da área da saúde realizem a territorialização no processo Ensino-Aprendizagem. Objetivo: Este relato de experiência tem como objetivo descrever o processo de territorialização da saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Vila Irene em Cáceres-MT, pelos discentes do 6º semestre do Curso de Enfermagem da UNEMAT. Métodos: Realizou-se o reconhecimento da área de cobertura da UBS do bairro utilizando imagens em alta resolução disponível no sítio Google Earth para localização das quadras pertencentes ao bairro e realizar o cadastramento dos indivíduos e domicílios utilizando fichas do E-SUS da Atenção Básica do Ministério da Saúde, disponível no Portal da Saúde. Resultados: Foram cadastradas 151 famílias, destas, totalizaram 526 indivíduos, e destes, 21 indivíduos não possuíam o Cartão Nacional do SUS (CNS), requisito obrigatório para cadastramento na UBS. Do total, 93 indivíduos são portadores de HAS, 33 portadores de DM e 9 casos de hanseníase em tratamento. Também identificou-se inúmeros problemas sociais e estruturais como: ruas de chão batido, cachorros errantes, esgotos a céu aberto, consumo de água não tratada, fossas rudimentares, desemprego e abuso de álcool. Conclusão: Realizar a territorialização da saúde e o diagnóstico situacional do bairro, evidenciou cenário negligenciado, permitindo reconhecer as condições de vida da população e caracterizar seus principais problemas de saúde. A identificação desta fragilidade oportunizou reavaliar e propor estratégias para o planejamento de ações de promoção da saúde para população e subsidiar na tomada de decisão dos gestores municipais. Além de, possibilitar aos discentes do curso de enfermagem, relacionar teoria e prática, uma vez que territorialização perpassa a delimitação espacial-geográfica, estando inter-relacionados com os aspectos econômicos, socioculturais e epidemiológicos.