Nos EUA, início da década de 80, foi identificado a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). No Brasil, mais precisamente em São Paulo (1982) foram confirmados os primeiros casos. A partir de então, o registro de pacientes com a síndrome aumentava assustadoramente em todo continente, logo classificada de pandemia da AIDS. O mundo entrou em cólera pois, tudo que estava ligado AIDS era regurgitado pela sociedade, principalmente na população de homossexuais, prostitutas, usuários de drogas injetáveis e moradores de rua. Aqueles que eram diagnosticados com a doença sucumbia em pouco tempo, por já estar em estado avançado. Três anos depois da primeira notificação no Brasil e diante de uma realidade epidemiológica crescente, a capital paulista de modo extraoficial, implanta um Programa de Controle da AIDS. Com essa atitude ímpar, o país se vê no compromisso de achar seus pares, para elaborar suas políticas públicas, estando contidas as ações de prevenção, assistência e promoção dos direitos humanos. Encaminhamentos e decisões teriam a participação efetivas das pessoas vivendo com o agravo. Era uma época de se somar esforços e saberes, já que quase nada se sabia da doença. Essas atitudes de inovar nas parcerias, foi o que fez do país um PIONEIRO nessas práticas. Em maio de 1985, a publicação da Portaria nº 236 criou o Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/AIDS). Sua providencial oficialização aconteceu em 1986, com uma expansão para todos os estados do país. A epidemia da AIDS assistiu à chegada do Sistema Único de Saúde (SUS), sua implementação e seus avanços, estando contidos os processos de descentralização e criando novas condições de gestão para estados/municípios. Os Serviço de Assistência Especializado em DST/HIV/AIDS (SAE) estava entre essas conquistas, envolvendo todas as etapas pertinentes aos agravos para a integralidade do cuidado aos usuários, desde prevenção, diagnóstico, tratamento e todo seguimento e, para a execução dessas ações, foram capacitados uma equipe multiprofissional de saúde composta de psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, assistentes sociais, médicos, dentre outros. O SAE Cuiabá foi inaugurado em 1998 e, em 2012 a Faculdade Pública de Enfermagem retira o futuro profissional da inércia e do terror à doença para viver o cotidiano das pessoas vivendo com o agravo, fazendo do serviço um palco vivo para a ensinagem e contribuindo de sobremaneira para um novo despertar de consciência sobre o HIV/AIDS.