As pandemias não são corriqueiras de se registar, geralmente marcando um período, ficando eternizado pelo avassalador estrago que os microrganismos causaram à humanidade, ceifando vidas velozmente tanto quanto terremotos e guerras. Com a AIDS, já no primeiro registro de caso, no início dos anos 80, o efeito foi tal qual igual qualquer pandemia. O diferencial foi que doença trouxe uma carga muito grande de julgos morais/éticos que cornificou e perdura ao longo do tempo. Foram valores transformados em ações efetivas que resultou em significativo prejuízo para pandemia, bem como uma adversidade às ações de prevenção e controle da doença. Época em que a solidariedade acontecia entre os infectados, era o que restava, compartilhar a assistência e fortalecer a prevenção entre os “grupos vulneráveis”. Relato de experiência baseado na metodologia da problematização, visando demonstrar os avanços decorrente da acumulação de experiência por profissionais do município de Cuiabá no manejo da PVHA. Tudo relacionado à AIDS se tornava celeuma, motivo pela qual essas práticas eram tímidas. Tal contexto assustador, de uma doença de alta letalidade e sem perspectiva de cura, surge no Brasil as representações sociais. As organizações de pessoas que vivem com HIV/AIDS, das feministas e homossexuais, em 1985 a primeira organização instituída o Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS. O país apresenta ao mundo seus novos pares para compor a política de enfrentamento à epidemia, representando uma forma inovadora de pensar e construir diretrizes políticas. A colheita desses ideais rendeu ao Brasil um reconhecimento internacional de PIONEIRO no combate à AIDS e modelo para o mundo. Em Cuiabá, foi fundada no final dos anos 90 a ONG Grupo de Apoio ao Soro Positivo Corações Amigos, controle social que veio imbuído de vivência e trouxe para equipe em especial à Enfermagem novos saberes, unindo ciência e empírico, à pouca teoria e um cabedal de práticas. Frente aos cuidados diários e diretos ao “aidético”, estava a Enfermagem, sempre com seu olhar destemido, observador e humano, certamente sendo o fato que levou a aditar conhecimentos peculiares e inerentes à profissão. Foram esses momentos de união que arrastou parcerias, antes terminal e hoje vital para ampliar e propagar as reais políticas públicas do HIV/AIDS, que tem como meta para 2030 a cura da doença através de medidas prevenção, testagem precoce para o HIV e uso correto e sistemático dos antirretrovirais, desafio a ser superado.