O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) compõe um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. As doenças cardiovasculares são responsáveis por 53% dos óbitos por IAM ou AVE (Acidente Vascular Encefálico), ocorrendo 780 mil casos de infarto em americanos por ano, maiores de 65 anos, nos EUA. No Brasil, essas doenças apresentam um papel importante dentre as causas de morbimortalidade, sendo o IAM a principal causa de óbito em países desenvolvidos ou não, equivalendo a mais de 30% dos óbitos. O objetivo do estudo foi verificar o perfil de pacientes admitidos na UTI adulta de um hospital do interior de Mato Grosso, com diagnóstico de IAM. Trata-se de um estudo longitudinal do tipo retrospectivo e a amostra se deu com todos os registros e diagnóstico de IAM em um livro de registros na UTI adulta. As variáveis foram: gênero, idade, dias de internação, plano de saúde (público ou privado), tipo de alta (óbito, transferência e alta melhorada), sazonalidade do dia da semana e mês do ano, no período de julho de 2011 a julho de 2015. Foram incluídos todos os diagnósticos de IAM e excluídos todos os registros com outros diagnósticos médicos ou com informações incompletas.Foram internados 151 pacientes diagnosticados com IAM na UTI adulta, sendo 105 homens (69,5%) e 46 mulheres (30,5%). Quanto à idade, foram 51 com idade entre 61 a 70 anos (33,77%). Quanto aos dias de internação, 111 pacientes (73,5%) permaneceram na UTI de 1 a 5 dias. Foi verificado que 142 pacientes (94%) utilizaram o plano de saúde público. Quanto ao tipo de alta, 104 pacientes (68,8%) tiveram alta melhorada42 pacientes (27,8%) foram a óbito e 5 pacientes (3,4%) foram transferidos para outras unidades.A sazonalidade anual do IAM ocorre no mês de maio, com 19 pacientes (12,5%) internados e a sazonalidade semanal do IAM ocorre na segunda-feira, com 29 pacientes (19,2%) internados. A ocorrência do IAM independe do sexo e idade. No entanto os dias de internação marcam como fator relevante no tocante alta da UTI, uma vez que os infartados permaneceram em média 5,5 dias em UTI. Outros fatores como o percentual de óbito, o plano de saúde e a sazonalidade se somam para evidenciar situações pontuais do IAM. Sugere-se que novas pesquisas a fim de se investigar como se processa a alta precoce de infartados nesta região, as demais variáveis e outros fatores pontuais do IAM para que ocorra uma melhora da abordagem preventiva e terapêutica e acima de tudo haja redução de internações e óbitos.