Os ganhos frente à pandemia da AIDS se somam em todo o mundo, com bases solidificadas em pesquisa científicas, desde a identificação do vírus causador da doença até a descoberta de como controlar a epidemia, com ADESÃO das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (PVHA) ao tratamento, confirmando que “quem trata não transmite”. Com metas globais pré-estabelecidas para seu fim até 2030, onde serão alcançadas por meio de ações baseadas em evidências e parcerias multissetoriais, mediante acesso ao diagnóstico com mais rapidez com 90% de todas as pessoas vivendo com o agravo saberão que têm o vírus, 90% de todas as pessoas com infecção pelo HIV diagnosticadas receberão Terapia Antirretroviral (TARV) ininterruptamente e 90% de todas as pessoas recebendo TARV terão supressão viral, esta última traduzida em ADESÃO à terapia e ao serviço. Relato de experiência que objetiva descrever a realização de dispensa personalizada da TARV com vistas à adesão ao tratamento, mediante aplicação da metodologia da problematização de Charles Margueres. Em mais de 30 anos de epidemia, fica evidenciado que a discriminação desde sempre esteve presente ao se falar de HIV/AIDS, reconhecendo-o como um inimigo potente da trilogia idealizada para o controle do vírus (prevenção, diagnóstico e tratamento) e trazendo pluralidades de efeitos danosos que dificultam o controle almejado. Desde 1998, o Serviço de Assistência Especializada de Cuiabá, voltado às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), PVHA e Hepatites Virais, realiza-se a dispensa personalizada, levando a TARV diretamente na mão do usuário em local estratégico previamente combinado, condição imposta pelo mesmo para aderir ao tratamento, por apresentar fobia da exposição do seu status sorológico. Somente no primeiro semestre de 2016 foram 231 novos casos de HIV positivo que iniciaram tratamento no serviço. Atualmente 86 PVHA recebem essa “dispensa personalizada”, representando um diferencial na sua adesão ao tratamento facilmente detectada nos exames de acompanhamento periódicos. Essa dispensa foi um caminho encontrado pela equipe de Enfermagem em conjunto com a atenção farmacêutica, representando um ganho para os pacientes do serviço. Todas as pessoas que estão recebendo terapia personalizada tem supressão viral, sendo uma a condição desse “privilégio” manter todos os seguimentos para o agravo sistematicamente em dia, visando a manutenção da carga viral indetectável, o que contribuirá de sobremaneira para o fim tal almejado da epidemia.