O nascimento de um filho é, na maioria das vezes, um momento de grande expectativa para a mãe e todo o conjunto familiar, que pode ser ameaçado devido à intercorrências que possam levar ao internamento do filho recém-nascido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal (NEO), desencadeando uma carga emocional variada. Partindo do pressuposto que cada mãe enfrenta essa situação de uma forma singular e vivencia diferentes sentimentos, objetivou-se conhecer os sentimentos e percepções de uma mãe frente à internação de seu filho em uma UTI NEO. Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa descritiva, realizado no município Sinop-MT, com uma mãe que teve o filho internado em uma UTI NEO por dois meses. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada gravada, mediante a análise e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Após a realização da entrevista, a mesma foi transcrita, analisada e dividida em duas fases. A primeira abordou a história gestacional em que foram identificados fatores que podem ter predisposto o nascimento prematuro, como idade de 18 anos, uso de tabaco, baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade e atividade profissional restrita ao lar. A segunda fase identificou os sentimentos da mãe frente à internação do filho, sendo os seguintes: rejeição, ansiedade, tristeza, receio, medo, choque, impotência, temor, gratidão, prazer, emoção, alívio, amor, esperança, felicidade, perda e dor. No início da gestação, o primeiro sentimento foi de rejeição gerando hábitos irregulares e ansiedade até o momento do parto, que com a internação do filho despertou os sentimentos de choque, tristeza, medo, perda, impotência e receio. Com o passar dos dias, os sentimentos foram mudando progressivamente para prazer, emoção, alívio, esperança, chegando às manifestações de intenso amor materno e felicidade no momento da alta hospitalar, e com isso a percepção de um processo de evolução onde a maternidade contribuiu para um crescimento pessoal dessa mãe. A equipe de enfermagem contribuiu diretamente para o enfrentamento nesse período, em que a mãe expressa claramente a valorização e a gratidão pelos cuidados prestados ao filho. REFERÊNCIA: BUSATTA, S. P.; SILVA, R. R. Vivências de pais diante da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: um estudo de caso. Revista de Ciências Humanas. v. 45, n. 01, p. 135- 150, 2011.