INTRODUÇÃO: Os meios de comunicação oportunizam o conhecimento sobre questões diversas em relação a saúde favorecendo o empoderamento individual e coletivo na tomada de decisões para melhoria da qualidade de vida. Porém o problema mais geral é o caráter de mercadoria da notícia que gera espetacularização, simplificação, reducionismo, estereotipia, elitismo temático, entre outros. OBJETIVO: Demonstrar como a disseminação de informações acríticas sobre patologias nas mídias interferem na assistência hospitalar. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência de profissionais da área hospitalar do município de Tangará da Serra - MT, com abordagem qualitativa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A construção social da doença envolve não só os aspectos biológicos inseridos mas também os valores sociais, a história do seu surgimento, o impacto econômico gerado dentre outros aspectos que chamam a atenção da mídia enquanto um produto a ser consumido. Na área hospitalar nos deparamos com situações de descontrole social em relação à patologias com informações disseminadas em grande escala por meios de comunicação e através de redes sociais. Em grande parte dos casos as informações encontram-se descontextualizadas, simplificadas, não condizendo com a realidade epidemiológica apresentada. Observamos nos últimos três anos três patologias que se destacaram nos meios de comunicação gerando ruídos na comunicação entre população e profissionais de saúde: a hantavirose em meados de 2013, a Gripe A no início de 2016 e o Zika vírus no mesmo ano. Com o medo da população da gravidade desses casos ocorreram problemas em relação a superlotação dos hospitais, divulgação de casos não existentes, informações equivocadas sobre as patologias que tumultuavam a relação entre os profissionais e a população. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A intensificação do papel da mídia nos aspectos sociais e políticos da sociedade informatizada se eleva a partir das novas tecnologias de comunicação globalizando as informações, esbarrando porém na disputa de interesses e pressões econômicas que interferem no ato de informar. A mídia privilegia o espetáculo em detrimento da discussão real do problema, causando forte comoção popular deixando sua função democrática de informar. O conhecimento oferecido pelos meios de comunicação é essencial para saúde desde que reproduzam a realidade, envolvendo todos os aspectos relevantes em relação a patologia.