Introdução: As gestações tardias vêm se tornando uma realidade nas últimas décadas, devido principalmente à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, sua dedicação aos estudos e à melhoria dos métodos contraceptivos. Contudo há uma preocupação dos profissionais da saúde devido a apresentarem maior probabilidade de complicações para a mãe e o bebê. Objetivo: descrever características obstétricas de mulheres com idade ≥ 35 anos que tiveram partos em um Hospital Universitário do sul do Brasil. Metodologia: pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Critérios de inclusão: mulheres com idade ≥ 35 anos que realizaram o parto na instituição hospitalar em 2014. A coleta de dados foi realizada em prontuários por meio de um questionário estruturado, de setembro a dezembro de 2015. Os dados foram digitados e analisados no programa PASW Statistics® 18.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CHC-UFPR. Resultados: A população foi de 223 mulheres, das quais 68,6% tinham idade entre 35 e 39 anos e 31,4% ≥ 40 anos, 91,9% realizaram o pré-natal, sendo 64,4% mais de 6 consultas. Das mulheres, 53,4% tiveram parto cesáreo e 46,6% parto vaginal, 19,7% tiveram bebês pré-termo, 75,3% a termo e 5% pós-termo. Em relação às complicações, 75,8% tiveram alguma complicação durante a gestação e 24,2% não tiveram. Das mais recorrentes, diabetes gestacional (28,4%) e pré-eclâmpsia (14,2%) foram as mais encontradas. Conclusão: Apesar do aumento da cobertura pré-natal no país, os números mostram que muitas mulheres não estão inseridas nessa assistência. Destacam-se as altas taxas de partos cesáreos em discordância com as orientações da OMS. Nesse sentido, é imperioso que se fortaleça o trabalho em rede para que haja uma captação precoce das gestantes em idade tardia a fim de minimizar riscos, além de orientá-las quanto aos benefícios do parto normal.