A reforma psiquiátrica surge como uma proposta de transformação da assistência prestada aos doentes mentais, em que seu cuidado era fundamentado em princípios de vigiar, punir, isolar, segregar, colocando esses doentes em asilos, locais em que as práticas terapêuticas iam desde o eletrochoque até mesmo à contenção física. O objetivo geral dessa pesquisa foi mapear as produções científicas realizadas por enfermeiros no Brasil acerca da Reforma Psiquiátrica, no período compreendido entre 2005 e 2014. Foi realizado um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa-quantitativa. Pesquisa realizada em outubro/2015 na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), seguindo critérios de inclusão, a seleção resultou em 18 artigos, após análise de conteúdo foi possível a construção dos tópicos: assistência de enfermagem à saúde mental, concepções e vivências dos portadores de transtorno mental, e concepções e vivências dos familiares de portadores de transtorno mental. Os resultados demonstraram que no ano de 2011 houve mais produções publicadas, as produções concentraram-se na região Sudeste e suas respectivas Instituições de Ensino Superior (IES). A assistência prestada aos portadores de transtorno mental tem sido realizada por serviços substitutivos de saúde mental, porém ainda houve casos em que não foi notada a mudança proposta pela Reforma Psiquiátrica. Os portadores de transtorno mental conseguem observar essa mudança proposta, apesar de ainda haverem vestígios da institucionalização ainda que muito destes já estejam desinstitucionalizados. Os familiares de portadores de transtorno mental apresentavam-se sobrecarregadas com o cuidado intradomiciliar, mas demonstravam-se dispostas à participar do processo de inclusão do familiar. Dessa forma, os profissionais de saúde mental necessitam estar atentos à sinais de sobrecarga de familiares cuidadores, como também da necessidade de realizar atividades de inclusão destes nos serviços substitutivos de saúde mental. A enfermagem desempenha papel importante na inserção social do portador de transtorno mental, mas apresenta uma formação ineficiente acerca da saúde mental, sendo necessária a capacitação para os trabalhadores da área e uma reformulação na forma de ensino durante a graduação.