Introdução: A infecção por HIV e sífilis, durante a gestação, representa um risco de transmissão vertical e consequente desfecho letal para o feto e neonato. Objetivos: Descrever o número de gestantes contaminadas por HIV e sífilis no município de Sinop - MT nos anos de 2013 e 2014, bem como realizar um relato clínico de uma única gestante infectada concomitantemente com as duas patologias referidas. Metodologia: Estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos com base em informações registradas nos prontuários das gestantes com HIV e sífilis, acompanhadas no Serviço de Atenção Especializada (SAE) em IST/HIV, no município de Sinop – MT. Conforme o DATASUS, foram cadastradas 1108 gestantes, sendo 834 acompanhadas no município. Os dados foram apresentados em tabelas e gráficos. Resultados: Foram acompanhadas 21 gestantes infectadas por T.pallidum e 31 por HIV. Do total de gestantes contaminadas com HIV e sífilis, a prevalência foi de 58,49% para a infecção por HIV, 39,62% para sífilis e 1,88% para sífilis e HIV concomitantemente. A idade das gestantes variou entre 14-44 anos, com média de 26 anos, sendo 22,42% primigestas, 64% estavam no segundo trimestre gestacional e 94,23% das gestantes realizaram os exames. Do total de gestantes com sífilis, 90,47% receberam tratamento. Com relação à paciente descrita no estudo, por ser a única portadora de HIV e sífilis, apresenta-se: 21 anos, solteira, G2 PN1 A0, IG 16 semanas, com resultado de HIV e sífilis reagentes em 2013. Iniciou a atividade sexual aos 14 anos, teve 30 parceiros sexuais, homens, não usava preservativos em todas as relações, e sim tomava pílula do dia seguinte. Além disso, a última coleta de CCO foi em 2010 e apresentou cartão vacinal incompleto para hepatite B. Em tratamento com Biovir® e Kaletra®, os últimos exames não detectaram carga viral, com CD4 de 831 células/uL. Realizou tratamento para sífilis com penicilina, permanecendo o VDRL com titulação 1/4 após 4 meses do tratamento. Também foi diagnosticada com herpes genital, tratada com aciclovir. A paciente fez uso de TARV e teve parto normal. Conclusão: Este estudo encontrou limitações devido aos registros incompletos nos prontuários das gestantes. Porém, foi possível a análise de que ainda há elevada taxa de gestantes infectadas com HIV e T.pallidum, despertando à necessidade de ações preventivo-educativas em saúde, acesso ao diagnóstico e tratamento.