A Doença Renal Crônica (DRC) é um importante problema de saúde pública. E por ser uma doença que acarreta uma condição crônica, a DRC acaba afetando o cotidiano, tensionando as relações familiares, de amizade e o modo como à pessoa doente vive. O cotidiano pode ser compreendido como o lugar referenciado pelas pessoas onde as coisas tomam sentidos próximos e próprios, são experimentadas, inscritas na ritmicidade da rotina e formam parte dos hábitos vividos.A doença, quando se instaura na vida de uma pessoa, influência e interfere neste contexto, modifica seus hábitos, sua casa, sua referência de pertencimento.Objetivo:compreender o cotidiano das pessoas que adoecem por DRC e necessitam se deslocar de seu município para o tratamento ofertado em centros especializados. Método: pesquisa descritiva e qualitativa com o uso de entrevista semiestruturada com quatro pessoas em adoecimento por DRC.A pesquisa foi realizada no município de Tangará da Serra, estado de Mato Grosso, localizada a 240 km da capital, Cuiabá.A coleta de dados aconteceu em um instituto de nefrologia do referido município. Resultados e discussões: o adoecimento gera restrições à autonomia; distâncias percorridas para tratar-se interferem na qualidade de vida, mas o acesso ao tratamento é positivamente vivido. Revela-se então que é fundamental para o indivíduo o apoio prestado pelos familiares e amigos, para que o mesmo possa assimilar e responder, da melhor forma, o tratamento da insuficiência renal crônica, as mudanças acarretadas e o convívio com os demais. Considerações finais: A DRC provoca um misto de medo e sofrimento, porém os familiares e amigos são vistos como uma parte importante no tratamento, lhes fazendo sentir mais seguros e os encorajando a passar por todos os momentos nesta nova etapa em suas vidas. Além disso a assistência prestada por parte dos profissionais de saúde deve ser de maneira responsável, humanizada e direcionada para sua singularidade.