INTRODUÇÃO: O crescimento da população idosa brasileira trás novos desafios a saúde pública do país. Nessa faixa etária de idade igual ou superior a 60 anos há maior consumo de medicamentos e procura ao sistema de saúde, em sua maioria com o objetivo de aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. OBJETIVO: Caracterizar o consumo de medicamentos em idosos cadastrados em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Rondonópolis-MT. METODOLOGIA: Estudo de delineamento transversal com 156 idosos cadastrados em uma ESF de Rondonópolis-MT. Os dados foram coletados através de formulário estruturado com questões referentes ao aspecto sociodemográfico, à condição de saúde, ao uso de serviços de saúde e ao consumo de medicamentos. Os princípios ativos dos medicamentos usados pelos entrevistados foram listados e organizados de acordo a classificação Anatomical Therapeutical Chemical (ATC). RESULTADOS: Do total de entrevistados, apenas 21 (13,46%) não fizeram uso de nenhum medicamento nos 7 dias anteriores a pesquisa. Aqueles que consumiram são em sua maioria mulheres (71,85%), relatam ter alguma doença diagnosticada (92,59%) e consideram sua saúde como regular ou ruim (56,30%). Dos medicamentos consumidos, os mais listados foram fármacos para o aparelho cardiovascular (88,15%) e aparelho digestivo e metabólico (33,33%). No estudo, 27,40% dos entrevistados apresentaram polifarmárcia, sendo 9 o número máximo de medicamentos encontrados. A prevalência de automedicação foi de 68,14%. CONCLUSÃO: Os fármacos que atuam no aparelho cardiovascular foram os mais consumidos. Ficou evidente a elevada freqüência da automedicação na população estudada, o que sugere a necessidade da adoção de medidas que busquem a prevenção desta prática. Diante da vulnerabilidade dos idosos, o conhecimento do uso de medicamento e seus fatores associados são importantes para que se possa melhorar políticas públicas e condições de vida na terceira idade.