Estudos têm apontando para a baixa procura do homem ao serviço de saúde, principalmente aqueles voltados a promoção da saúde e prevenção de agravos que é o caso das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Essa baixa procura, atrelada a invisibilidade da população masculina pelos profissionais da saúde, contribui para índices elevados de morbi-mortalidade desta população quando comparada a população feminina. Diante disso este estudo tem como objetivo compreender quais as barreiras encontradas pelo homem ao acessar a UBS próxima a sua residência que inexistem no serviço de assistência à saúde universitário. Estudo de abordagem qualitativa de caráter descritivo, realizado em um serviço universitário de saúde a CASS/UFMT onde são prestados atendimentos a docentes, servidores e funcionários da Universidade Federal de Mato Grosso. Este serviço oferece atendimento equivalente àquele disponível em UBS. Foram sujeitos do estudo cinco homens prestadores de serviços que estavam presentes no local durante a coleta. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. Para o processo de análise dos dados foi aplicada a técnica de análise de conteúdo, implementada a luz da perspectiva teórica de gênero. A partir da análise dos discursos observou-se que uma das principais barreiras que levam ao homem não buscar o serviço de Atenção Básica próximo a sua residência, é a baixa resolutividade e morosidade desse serviço, circunstância que difere da CASS/UFMT, onde os usuários são atendidos sem agendamento prévio, são acolhidos, e suas demandas são correspondidas dentro das possibilidades do serviço. A possibilidade de frequentar esse ambiente durante o expediente, também, é um fator que contribui para a presença do público masculino no local. Situação divergente da observada nas UBS, onde o horário de funcionamento é incompatível com o horário do homem trabalhador. Diante disso concluímos que é fundamental que sejam repensadas a dinâmica de funcionamento das UBS de maneira que a população de sua abrangência tenha acesso e resolutividade de suas demandas, tendo como pano de fundo, do acolhimento ao atendimento, questões de gênero, possibilitando, dessa maneira, assistência integral e efetiva ao público masculino.