Introdução: O processo de educação em saúde realizado em grupo durante o ciclo gravídico puerperal é dinâmico, complexo, social, terapêutico, ético e se constrói a partir das interações entre os indivíduos. Nesta perspectiva, torna-se importante repensar a necessidade de grupos nas unidades de saúde que possam contribuir para a autonomia no agir, que visa à transformação da realidade, posturas e atitudes, possibilitando aos envolvidos tornarem-se sujeitos ativos e contextualizados, além de oferecer suporte no âmbito físico como no psicossocial, ao levar em consideração as subjetividades e percepções de cada mulher, família e profissional da saúde. Objetivo: Relatar a experiência do processo de implantação do grupo de gestantes por uma equipe multiprofissional de residentes em uma unidade da Estratégia de Saúde da Família de Rondonópolis-MT. Metodologia: A partir de um diagnóstico situacional, identificou-se ausência de grupo destinado a orientações quanto ao ciclo gravídico puerperal. Posteriormente foi feito um planejamento estratégico pela equipe de saúde e residentes com o objetivo de propor a implantação do grupo titulado “Gestar, Parir e Amar”, com abordagem multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. O encontro acontece desde junho de 2015, mensalmente, na própria unidade, as participantes se dispõem em formato de roda de conversa, e são convidadas a participar do grupo durante a abertura da caderneta de pré-natal, nas consultas, na coleta dos exames, em ligação telefônica e através de visita domiciliária. Os temas discutidos são sugeridos pelas próprias participantes que avaliam ao final do encontro a metodologia utilizada. Resultados: Estes encontros mobilizaram a criação de um espaço de diálogo e reflexão diante das transformações físicas e de papéis sociais inerentes deste período, sendo direcionada a promoção de saúde, aos cuidados de maternagem e a autonomia. A atuação nos grupos propiciou a transformação da realidade e seus integrantes passaram a estabelecer relações quando começaram a compartilhar objetivos comuns, inseguranças que possibilitou uma participação reflexiva. Conclusão: A experiência como residentes na saúde da família, ao atuar no grupo de gestantes, ressaltou a importância de entender que o pré-natal vai além de consultas. O grupo é essencial para socialização de saberes, propiciando a mulher e a família, repensarem seus papéis e participarem ativamente do processo do nascimento de forma autônoma e empoderada.