Atualmente tem sido observado o aumento crescente dos registros de casos de Violência doméstica, evidenciando a presença desta situação na vida de muitas mulheres. Desta forma, com o objetivo de identificar as características dos casos de violência doméstica no município de Coxim–MS, foi realizado um estudo transversal, exploratório, descritivo, com abordagem quantitativa e análise de dados secundários obtidos através dos Boletins de Ocorrência (BO) registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM-MS), no período de Janeiro a Julho de 2015; no estudo, foram incluídos os BOs das mulheres com idade a partir de 18 anos. Neste período foram registrados 125 BOs de violência doméstica, tendo o maior número de registros os meses relacionados ao período de férias/feriados e festas comemorativas municipais, sendo: Janeiro (n=25), Março (n=21), Maio (n=21) e Fevereiro (n=19), sendo registrados maior quantidade de BO na Sexta-feira (n=31) e Segunda-feira (n=25). As vítimas de violência doméstica são mulheres jovens e em idade reprodutiva com idade entre 20-49 anos (80%), sendo a faixa etária de 30-39 (n=40) anos com o maior número de registros; contudo observou-se o número crescente de registros em mulheres com idade superior a 60 anos. Observou-se 62,4% destas mulheres não exerciam atividade remunerada e as demais apresentavam ocupações com baixa remuneração, evidenciando a dependência econômica de seus parceiros. Quanto ao estado civil 37,6% das mulheres tem um relacionamento de união estável, seguidas por solteiras (36,8%) e casadas (18,4%). Em relação aos agressores, observou-se 55% dos agressores eram os atuais parceiros (maridos, companheiros ou namorados); no entanto 6% dos casos fomos representados por um grupo composto por: irmãos, pais, netos e companheira. Quanto ao tipo de violência perpetrada contra as mulheres, 48% é de violência física (n=60), seguida por 33% (n=41) de violência psicológica, 19% (n=24) de violência física concomitante com violência psicológica. Em relação à localização de residência, 80% dos registros concentram-se em áreas periféricas do município; contudo a área central apresentou o segundo maior número de registro (n=18), sendo este considerado um bairro de classe econômica alta. Embora o município seja de pequeno porte, observa-se que a VD está presente na vida das mulheres e apresenta características semelhantes aos registros de grandes centros urbanos.