A atuação da equipe de enfermagem deverá ser embasada na proteção e reabilitação dos pacientes, na garantia de qualidade de vida e na integralidade de um cuidado livre de danos. Entretanto, muitos são os desafios impostos à profissão, tais como: sobrecarga e superlotação dos serviços; condições inadequadas de trabalho; dificuldades no provimento de recursos humanos e materiais, o que aumenta a vulnerabilidade desses profissionais cometerem infrações. Nesse contexto, a pesquisa teve como objetivo principal identificar, na literatura, características inerentes aos processos e ocorrências éticas enfrentadas pela enfermagem, como: motivos das infrações; perfis dos denunciados e denunciantes; locais de ocorrência; artigos infringidos e penalidades. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura realizada em 2015 nas bases de dados Lilacs, BDENF, MEDLINE, Scielo e Google Scholar. Foram incluídos artigos científicos e dissertações que analisaram processos e ocorrências éticas cometidas por profissionais de enfermagem publicados nos últimos dezesseis anos. Ao todo foram analisadas 10 publicações científicas. Pode-se observar o predomínio de pesquisas quantitativas, realizados na região sudeste. Os estudos apontam as iatrogenias procedimentais como os principais motivos que impulsionaram as ocorrências, sobretudo as medicamentosas. Denotam um perfil de infratores como sendo predominantemente os auxiliares de enfermagem, do sexo feminino, com idade superior a 30 anos e como denunciantes os clientes, familiares e os enfermeiros. Percebe-se uma produção literária incipiente, apesar de notório o aumento no índice de processos sofridos pelas equipes de enfermagem. O possível motivo são as mudanças sofridas pelas resoluções dos órgãos fiscalizadores ao longo do tempo, tornando-as mais rigorosas perante a classe. Os resultados dos estudos remetem a reflexões sobre o processo de formação do profissional de enfermagem e à sua continuidade na prática laboral.