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Anais - 19º CBCENF

Resumo

Título:
UTILIZAÇÃO DE RODAS DE CONVERSA COMO DISPOSITIVO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARTICIPATIVA
Relatoria:
DANIELE CRISTIE DE MOURA
Autores:
  • Júlia de Lima Ramon
  • Bruna Leniny Ataídes Beltrão
  • Débora Aparecida da Silva Santos
  • Lorena Araújo Ribeiro
Modalidade:
Pôster
Área:
Inovação, Tecnologia e Cuidado
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO: Como estratégia metodológica das ações de promoção da saúde, as rodas de conversa surgem como um espaço de escuta cuidadosa, que produzem o desenvolvimento de capacidade individual e coletiva. O conhecimento quando é imposto, ao invés de construído coletivamente, dificulta a formação de sujeitos-cidadãos críticos, autônomos e responsáveis por sua saúde e bem-estar. A lógica da roda, que postula necessariamente ninguém atrás ou à frente, mas todos ao lado, pressupõe uma aprendizagem significativa. OBJETIVO: Relatar a experiência sobre a utilização de rodas de conversas na Estratégia de Saúde da Família (ESF) como dispositivo de educação em saúde participativa. METODOLOGIA: As atividades de rodas de conversa iniciaram a partir da introdução das residentes, enfermeira e psicóloga, do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da UFMT na unidade de ESF de Rondonópolis/MT, que ocorrem com os grupos específicos de gestantes e idosos uma vez ao mês. Participam cerca de 25 pessoas em cada encontro. Os temas abordados vão ao encontro dos desejos e necessidades dos participantes. As cadeiras são postas em forma de roda e a interação ocorre através da fala crítica e da escuta sensível, não usando nem a escrita, nem a leitura da palavra, mas sim a leitura-ação das imagens e dos modos de vida cotidianos. RESULTADOS: As rodas de conversas possibilitam encontros de diálogos e trocas entre sujeitos inseridos em determinada realidade, criando possibilidades de produção e ressignificação de sentido – saberes – sobre as experiências dos partícipes. Os sujeitos que as compõem se implicam, dialeticamente, como atores históricos e sociais críticos e reflexivos diante da realidade e promovendo interação com a equipe interdisciplinar da ESF. CONCLUSÃO: As rodas são mais do que disposição física (circular) dos participantes ou uma relação custo-benefício para o trabalho com grupos. São uma postura ético-política em relação à produção do conhecimento e à transformação social, efetivando-se a partir das negociações entre sujeitos. Considera-se que esta estratégia reproduz um espaço de cuidado e que permite o desenvolvimento de atividades com foco na promoção da saúde. Essa forma participativa de aprender e ensinar, proporcionada pela roda de conversa, pode trazer benefícios para a vida a partir da conscientização e reflexão do autocuidado.