O CA de colo do útero tem ganhado destaque no Brasil, visto que, este tipo de neoplasia configura-se como um relevante problema de saúde pública no país. Umas das principais medidas para o diagnóstico precoce das lesões precursoras da doença é a realização do exame papanicolaou. Objetivou-se conhecer os principais motivos que ocasionam a não adesão ao exame Papanicolaou em usuárias de uma UBS de Sergipe. Trata-se uma pesquisa exploratória do tipo survey de abordagem quanti-qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de um questionário semiestruturado. Para análise de dados utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, distribuição de frequência e aplicação do teste qui-quadrado com nível de significância de p<0,05 por meio do programa SPSS versão 21. A amostra do estudo foi composta por 101 (100%) mulheres, onde 57 (56,4%) relataram não saber o que é CA de colo uterino, destas, 30 (52,3%) relataram não saber como prevenir a doença e apesar da resposta negativa sobre o conhecimento do CA em questão, 27 (47,4%) entrevistadas afirmaram que sabem como prevenir este tipo de CA. A não adesão ao exame Papanicolaou foi significativamente superior em mulheres que declaram ter vergonha, que tem baixo nível de escolaridade e que não sabem o que é HPV. Demonstrou-se que os sentimentos de vergonha, medo, falta de cuidado e aspectos relacionados a limitações do serviço de saúde contribuíram para que as mulheres se tornassem mais vulneráveis ao câncer cérvico-uterino, impedindo o estabelecimento de ações eficazes no âmbito da prevenção secundária. Concluiu-se que somente disponibilizar a realização do exame Papanicolao não é satisfatório, torna-se necessário, em primeiro lugar, garantir que toda mulher tenha acesso às informações sobre a promoção da sua saúde, dentro da sua realidade social, buscando a construção do conhecimento e a prática de ações de prevenção dos agravos à saúde.