As políticas de saúde indígena iniciaram no país no século passado de forma insipiente, em razão da diversidade étnica e cultural, da extensão territorial, do desconhecimento desse espaço, do universo indígena e da logística, entre outros motivos. Ainda hoje, não se conseguiu organizar efetivamente os serviços de saúde prestada a esta população como previsto na Lei nº 9.836/99 e Portaria nº 254/2002. O objetivo deste estudo foi descrever a experiência do enfermeiro em área indígena Yanomami e apresentar as principais dificuldades vivenciadas durante o exercício da profissão. Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo relato de experiência, realizada no Distrito Sanitário Indígena Yanomami e Ye´kuana (DSEI-Y) polo-base Surucucu, no estado de Roraima, no período de dezembro de 2012 a junho de 2013. O relato foi baseado na experiência do enfermeiro responsável pela equipe de saúde desta região que abriga cerca de 20 aldeias com uma população estimada em 1.800 indígenas; e sua vivência como profissional enfermeiro que residia nesta região em uma escala de 30 dias de trabalho por 15 dias de arejo. A atuação do profissional enfermeiro em área indígena ocorre de maneira sistematizada. A chegada ao polo-base implicava ao enfermeiro estabelecimento de logística eficiente para desenvolver todas as ações de saúde preconizadas pelo DSEI-Y/SESAI, o atendimento à saúde era realizado nas aldeias, através da distribuição da equipe entre as comunidades. Muitas dificuldades e obstáculos podem ser elencados, tais como: dificuldade na comunicação; precariedade da infraestrutura dos polos-base; extensas caminhadas para o desenvolvimento das ações de saúde; saudade dos familiares e amigos; controle da alimentação; conflitos entre os indígenas por estabelecimento de poder entre as aldeias e seus líderes; falta de profissionais, etc. Conclui-se que as atividades desenvolvidas em área indígena pelo profissional enfermeiro são de extrema importância para a manutenção da vida desta população. Conclui-se que o enfermeiro tem seu ofício limitado e muitas vezes pelo não conhecimento desta situação, não consegue atuar de maneira eficaz e com qualidade na prestação de serviços de saúde em área indígena. 1. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 254 de 31/01/2002 - Aprova a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2. BRASIL, Ministério da Saúde. Lei nº 9.836 de 23/09/99 – Institui o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 3. BRASIL, Constituição Federal (1988).