INTRODUÇÃO: Violência escolar é tema em ascensão nos debates na área intersetorial entre educação e saúde, sendo uma das principais preocupações da saúde pública, uma vez que afetam fisicamente e emocionalmente o bem-estar dos cidadãos. OBJETIVO: Realizar uma reflexão acerca da relevância da violência escolar nas pesquisas na área da saúde com ênfase para a enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência de abordagem reflexiva mediante a coleta de dados do projeto de dissertação “Modalidades da violência infantil e suas dinâmicas entre escolares”, onde constantemente, a questão “Mas você é enfermeira, por que está estudando violência nas escolas?”. Logo, houve a necessidade de uma reflexão acerca do tema em busca do seu fortalecimento como uma questão intersetorial. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dados disponibilizados pelo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) aludem que os eventos violentos foram responsáveis por 10.610 (10%) atendimentos, dentre estes casos a escola foi o principal cenário em 17,3% dos casos. Apesar da carência de profundidade na análise dos dados é possível observar que a violência está na raiz das relações sociais refletindo nas questões da saúde (morbimortalidade), onde as causas externas (acidentes e violências) são a terceira maior causa de mortalidade na população geral e a primeira entre adolescentes e crianças, o que causa a discussão sobre a efetividade das ações de saúde, pois é uma questão paradoxal, já que seria insuficiente tratar da saúde ou de sua promoção, em busca de qualidade de vida, sem a reflexão dessa qualidade enquanto sociabilidade. A interface entre a saúde e educação permite determinar articulações entre o desenvolvimento de hábitos e práticas saudáveis de vida e o processo educativo dos estudantes, resulta em benfeitorias para escola, família e comunidade. E, é dentro de uma proposta intersetorial que a enfermagem ganha força, ao lutar pela garantia de um cuidado que contemple o sujeito em sua integralidade. CONCLUSÃO: A reflexão e o debate sobre o tema fortalece no contexto escolar a incorporação na atuação do enfermeiro (a) as ideias de promoção à saúde para mudanças nas ações de enfermagem que priorizem a autonomia dos sujeitos e a conquista da cidadania, consentindo, expandir seus cenários atuação para espaços emancipatórios de cuidado.