A vasta utilização de agrotóxicos no sistema de produção rural é um grave problema para a saúde e para o ambiente, por contaminação do solo, da água e do ar. O estudo objetiva identificar o uso de agrotóxicos e a disposição final das embalagens vazias pelos trabalhadores rurais do município de Ouro Preto do Oeste/RO. Trata-se de uma abordagem quantitativa, realizado no mês de setembro de 2015 por meio de aplicação de questionário adaptado a uma amostra de 30 trabalhadores rurais, para o levantamento de algumas variáveis como identificação do trabalhador, agrotóxicos utilizados, utilização de EPIs, e destinação final das embalagens. Quando analisado os dados se observou que 90% dos entrevistados eram homens e 10% mulheres, onde 57% dos entrevistados tinham entre 40 a 49 anos. Entre os agrotóxicos mais utilizados oito são herbicidas, dois inseticidas e dois acaricida/inseticida. A prevalência de herbicidas se deve ao fato da região pesquisada ter muita pastagem, por isso utilizam desses produtos para o controle das ervas daninhas. 72% dos entrevistados não efetivam a leitura dos rótulos e bulas e 69% não sabem o significado das cores das faixas. Observou-se limitação quanto ao uso correto dos EPIs, sendo que apenas 17% os utilizam de forma correta. 41% dos entrevistados armazenam os agrotóxicos de forma incorreta. Dados alarmantes, pois se sabe que são muitos os riscos de contaminação e acidentes por substâncias tóxicas concentradas a ambientes habitados cotidianamente por pessoas e animais, como também, durante a pesquisa encontrou-se armazenamento de tais substâncias juntamente com rações, materiais e outros produtos e em um caso dentro da própria residência, e 38% dos entrevistados acondicionam as embalagens vazias de acordo com a legislação vigente em galpões exclusivos e 62% estocam os vasilhames em locais não apropriados. Dos trabalhadores entrevistados, 72% afirmaram realizar o descarte das embalagens de agrotóxicos nos postos coletores. Quando interrogados em relação à importância da devolução das embalagens vazias de agrotóxicos, apenas 40% se manifestaram como sendo importante para não haver contaminação do meio ambiente e da saúde humana. Observou-se que os trabalhadores rurais se encontram em sua grande parte vulneráveis aos riscos oferecidos pelos defensivos agrícolas devido à baixa escolaridade que os comprometem na compreensão dos rótulos e bulas assim como falhas no processo de trabalho e descarte final das embalagens vazias.