Anais - 19º CBCENF
Resumo
Título:
DISCURSO DE HOMENS EM PROCESSO CRIMINAL SOBRE A VIVÊNCIA DE VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA
Relatoria:
JOSINETE GONÇALVES DOS SANTOS LÍRIO
Autores:
- Kátia Cordélia Cunha Cordeiro
- Telmara Menezes Couto
- Patrícia Santos de Oliveira
- Jacinta Marta Tavares Leiro
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Educação, Gestão e Política
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência doméstica gera graves repercussões para a saúde de todos os envolvidos, principalmente para crianças e adolescentes. Estes, ao presenciarem ou experienciarem o agravo, podem assimilar esse tipo de conduta como natural, reproduzindo-a na vida adulta. Objetivo: Desvelar a infância de homens em processo criminal por violência conjugal. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo. Os colaboradores foram 23 homens em processo criminal por violência conjugal. A pesquisa foi desenvolvimento em uma Vara de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher da cidade de Salvador, Bahia, Brasil. A coleta de dados foi feita por meio de entrevistas, e estes foram categorizadas inicialmente pelo software Nvivo-11, e logo após, organizadas por meio do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: O discurso de homens em processo criminal por violência conjugal evidenciou uma infância marcada pela falta de afeto dos pais, bem com a vivência violência física e psicológica, expressa pelas marcas corporais, cárcere privado e amedrontamento. O crescimento em um lar permeado de violência acarreta em prejuízos no desenvolvimento emocional, social, cognitivo das crianças. O discurso revela ainda que a violência marital entre os pais gera graves repercussões, a exemplo do abortamento e morte da mulher (mãe). Ao tempo que aponta para o trauma dessa vivência, o estudo nos alerta que o sujeito coletivo percebe-se reproduzindo, em sua relação conjugal, as mesmas atitudes paternas. Considerações: Entendendo que a família é a maior responsável pela formação dos filhos e que o legado da violência vem sendo transferido de geração em geração, é essencial uma educação familiar que busque formas pacíficas e harmoniosas de resolver os conflitos. Diante a intergeracionalidade da violência conjugal, são essenciais estratégias que promovam a desconstrução da desigualdade entre homens e mulheres, de preferência ainda na fase da infância e adolescência. Espera que assim, quando adultos, possam reproduzir relações harmoniosas e respeitosas, bem como utilizarem-se de meios pacíficos para resolução de conflitos. Referências: Durand JG, Schraiber LB; França-Junior I, Barros C. Repercussão da exposição à violência por parceiro intimo no comportamento dos filhos. Rev de Saúde Pública. 2011;45(2):355-64.