Introdução: O Aleitamento Materno (AM) é uma prática milenar com reconhecidos benefícios para a saúde do lactente sob os aspectos nutricionais, imunológicos, cognitivos, gastrointestinais, econômicos e sociais, além de proporcionar uma maior interação entre a mãe e o bebê. Esses benefícios podem ser aproveitados em sua maior plenitude quando a amamentação é praticada por pelo menos dois anos, sendo oferecido como forma exclusiva de alimentação do lactente até o sexto mês de vida. O desmame precoce vem sendo considerado um grave problema de saúde pública, que implica em um maior risco de agravo à saúde do lactente, aumentando assim os índices de morbimortalidade infantil. Objetivo: Identificar os fatores que interferem no aleitamento materno exclusivo (AME) de nutrizes de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município de Coari-Amazonas. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e de abordagem quantitativa, realizado com 50 nutrizes de lactentes cadastrados no programa Crescimento e Desenvolvimento (CD) de duas UBS de Coari – AM, no período de junho a novembro de 2015. Para coletas de dados foi utilizado um questionário semiestruturado com perguntas de perfil socioeconômico e específicas acerca da prática de amamentação. O estudo foi submetido ao comitê de ética da Universidade Federal do Amazonas e aprovado sob CAAE nº 46940815.10000.5020. Para tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel, 2013. Resultados: 35 (70,0%) das entrevistadas tinham idade superior a 18 anos e 28 (56,0%) viviam em união estável. A introdução da alimentação complementar precoce foi de 26 (52,0%). Quando indagadas se tiveram dificuldades na amamentação 23 (46,0%) afirmaram dificuldades em amamentar. Dos problemas apontados no processo de amamentação, as rachaduras mamilares foram os mais recorrentes 13 (26,0%), seguido da baixa produção de leite 2 (4,0%), doenças 2 (4,0%), machucava 1 (2,0%), não saciava 4 (8,0%), lactente rejeitou 3 (6,0%), mamilos invertidos 4 (8,0%), mamilos protusos 1 (2,0%) e não soube informar 3 (6,0%). Conclusão: O estudo detectou que existem vários fatores que podem interferir no processo de AME das mães entrevistadas, que vão das rachaduras mamilares ao aparecimento de doenças. É necessário que sejam implantadas medidas de intervenção para que o AME, seja realizado até sexto mês de vida, sendo os profissionais de saúde a peça fundamental para reverter à tendência ao desmame precoce.