Introdução: A violência conjugal consiste em um problema complexo com repercussões para a saúde e toda a sociedade, requerendo o desenvolvimento de tecnologias sociais para o seu enfrentamento. Dados internacionais revelam que no mundo, uma em cada três mulheres já foi violentada por seu parceiro íntimo. No cenário nacional, a vivência de violência conjugal também é uma realidade alarmante visto que 68,8% das ocorrências de violência contra mulher possuem o companheiro como agressor. Objetivo: Elencar estratégias de prevenção e enfrentamento da violência conjugal. Metodologia: Estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, pertencente à pesquisa "Reeducação de homens e mulheres envolvidos em processo criminal: estratégia de enfrentamento da violência conjugal”. A pesquisa teve como cenário duas Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher localizadas no nordeste do Brasil. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2014 a julho de 2015 por meio de entrevista com 37 participantes. Os dados, oriundos dos depoimentos, foram codificados com o apoio do software organizador NVIVO 10®. O projeto deste estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal da Bahia sob parecer n. 039699/2014. Resultados: A análise do material possibilitou emergir duas categorias referentes às estratégias de enfrentamento da violência conjugal: Elencando suporte social e Elencando suporte institucional. Na primeira categoria, o suporte da família, bem como a participação em espaços reflexivos, na perspectiva de gênero, desvelou-se enquanto importante estratégia para enfrentamento da violência conjugal. Com relação à segunda categoria, o estudo evidenciou como estratégias para enfrentamento da problemática: o entendimento do fluxo inquérito-processo-sentença; recebimento da medida protetiva e instituição com equipe mínima de magistrados e servidores, conforme preconiza o Conselho Nacional de Justiça. Conclusão: Percebe-se que a presença de vínculos familiares, locais de escuta sensível e uma rede institucional funcionante se constituem enquanto principais estratégias apontadas por mulheres para superar a vivência de violência doméstica. Verifica-se ainda que a partir da interação com a sociedade é possível desenvolver estratégias para enfrentar o problema, tendo em vistas a transformação social frente aos casos de violência conjugal.