A violência conjugal é considerada um grave problema de saúde pública com repercussões na vida dos que a presenciam e daqueles que a perpetram. Esse cenário gera altos custos aos cofres públicos, inclusive no que tange a prisão preventiva dos autores da agressão. Objetivou-se apreender o significado da experiência de prisão preventiva para homens em processo criminal por violência conjugal. Trata-se de um estudo qualitativo com 23 homens em processo por violência conjugal junto à 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. A pesquisa é parte dos resultados do projeto “Reeducação de homens e mulheres envolvidos em processo criminal: estratégia de enfrentamento da violência conjugal”, financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia em parceria com a Secretaria de Segurança Pública. A coleta se deu por meio de entrevistas semiestruturadas e grupo focal. Os dados foram organizados a partir do Discurso do Sujeito Coletivo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da UFBA, sob parecer Nº 039699/2014. Os homens experenciaram a prisão preventiva por um tempo que variou entre 15 a 90 dias e desvelaram que, após essa vivência, emergiu o sentimento de ódio e o desejo de vingança. Por meio do suporte social e da experiência da prisão foi possível ressignificar a violência na conjugalidade e, a partir disso, desejar relações livre de violência. Os achados apontam que é comum nos relacionamento conjugais a naturalização da violência e sinaliza a importância do apoio social no processo de ressignificação desse relacionamento. Soma-se a necessidade de articulação entre diversos setores envolvidos no processo criminal de homens por violência conjugal a fim de reeducar e ressocializar o autor da agressão.