Introdução: O elevado crescimento da população idosa reflete em modificações no perfil epidemiológico populacional, já que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), comuns, nos tempos atuais, predominam e substituem as doenças transmissíveis. Entre as complicações das DCNT que causam impacto para o indivíduo e para a sociedade está a incapacidade funcional, que é a dificuldade em realizar atividades em qualquer domínio da vida. O cuidado pode ser prestado/realizado de maneira formal ou informal. O objetivo deste trabalho é conhecer as práticas de cuidado utilizadas por mulheres idosas com incapacidade funcional para cuidar da saúde. Metodologia: O referencial metodológico adotado foi história oral temática. As colaboradoras deste estudo foram quatro mulheres idosas com algum tipo de incapacidade funcional, que tem mais de 60 anos, e que são acompanhadas pela equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Resultados e Discussões: Ao serem questionadas sobre as principais práticas de cuidados que elas tinham acesso diariamente, as entrevistadas 1 e 2 relatam que mesmo com a incapacidade funcional, faziam questão de realizar os cuidados com sua saúde sozinhas, dentro de suas possibilidades, como uma forma de manter sua autonomia e independência. Dentre as práticas citadas por estas, em comum está a higiene intima e pessoal e controlar a própria medicação prescrita pelos médicos. As entrevistadas 3 e 4, por possuírem incapacidade funcional bastante limitante, relataram a tristeza de não poder mais realizar suas práticas de cuidado sozinhas, porém a satisfação e gratidão por ter pessoas que realizavam tais práticas com tanto zelo e carinho. Dentre as práticas realizadas pelos seus cuidadores, e que foram relatadas por ambas está: preparação de alimentação adequada, higiene intima e pessoal e controle das medicações. Conclusão: O cuidado é algo que está intrínseco no ser humano, porém, às vezes o cuidado com a saúde é negligenciado, o auto cuidado acaba ficando de lado, mas diante das histórias de vida apresentadas, conhecemos os pontos de vista daquelas que tiveram que reaprender a se cuidar, que reconheceram a importância deste ato e hoje valorizam os cuidados básicos realizados diariamente. As práticas de cuidados realizados por estas mulheres e/ou pelos seus cuidadores as fazem viver melhor, com saúde e com mais qualidade de vida.