Introdução: Emerge no cenário do cuidar atual a discussão acerca do atributo “coordenação do cuidado”, a partir da problemática da segmentação e fragmentação da atenção, visto que reflete a perda da eficiência e descontinuidade do cuidado. Objetivo: Avaliar a presença e extensão do atributo coordenação do cuidado em serviços de Puericultura na Atenção Primária à Saúde (APS), a partir da percepção de pais/responsáveis. Métodos: Trata-se de um estudo seccional, quantitativo, com amostra composta por 186 pais/responsáveis de crianças de 0 à 2 anos de idade que utilizam os serviços da APS da cidade de Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, utilizando o PCA Tools, versão para crianças. Os dados foram coletados e armazenados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0, considerando um Intervalo de Confiança de 95%, após apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer 348.896. Resultados: Quando questionados quanto ao atributo Coordenação (Integração de Cuidados), 20 (10,8%) foram consultar qualquer tipo de especialista ou serviço especializado no período em que ela está em acompanhamento na UBS; 11 (5,9%) não foram encaminhados pelo profissional que acompanha a criança; 17 (9,1%) afirmam que o profissional ter conhecimento sobre a realização da consulta e 13 (7,0%) saber os resultados, e ter conversado sobre a consulta após a mesma. Na ótica dos usuários, 14 (7,5%) afirmaram que o profissional se mostrou interessado na qualidade do cuidado prestada no serviço especializado. Verificou-se a validade interna e a fidedignidade no construto por meio de um alfa de Cronbach de 0,71. Quanto ao teste de Anova Cochran, foi verificado significância através do p=0,00. Merece destacar a partir dos resultados, que estes sugerem a resolutividade de queixas em 89,2% da amostra nos serviços de saúde da rede básica, uma vez que apenas 10,8% foram consultados por especialistas. Destes, observam-se que embora não tenha sido em sua totalidade encaminhada pelo serviço que a acompanha, se evidencia que este tem sido considerado pelo profissional, para seguimento da prestação do cuidado qualificado, integral e resolutivo. Conclusão: Conclui-se que as ações concernentes ao atributo têm sido propostas a partir da ótica de pais/responsáveis por crianças menores de dois anos. Cabe ressaltar a importância de estudos que possibilitem a avaliação de sistemas orientados pela APS, indo de encontro ao fortalecimento desta, como versa no Pacto pela Saúde.