O presente estudo tem como objetivo verificar a existência de associação estatística entre características socioeconômicas e clínicas e os fatores de risco presentes nos pacientes em hemodiálise diagnosticados com Risco de volume de líquidos deficiente.Trata-se de um estudo seccional realizado em uma unidade de diálise de um Hospital Universitário, localizado no Nordeste do Brasil, com pacientes em tratamento hemodialítico. Obteve-se uma amostra de 50 pacientes. A coleta dos dados decorreu por meio da aplicação de instrumento composto por formulário de entrevista e roteiro de exame físico. O período estabelecido para coleta foi de dezembro a maio de 2014. Os dados foram organizados ao longo de 50 planilhas no Microsoft Office Excel 2010, cada uma contendo os dados relacionados a um paciente, como as variáveis sociodemográficas e clínicas, além da lista dos fatores de risco do referido diagnóstico, na qual foi assinalada pela pesquisadora a presença ou ausência de cada um desses fatores para o paciente em questão. Essa organização subsidiou a tomada de decisões de um grupo de especialistas concernente à inferência diagnóstica do Risco de volume de líquidos deficiente frente aos dados apresentados. A partir do IBM SPSS Statistic versão 19.0 for Windows, foi verificada a existência de associação entre as variáveis socioeconômicas e clínicas apresentadas pela clientela portadora da doença renal em hemodiálise e do diagnóstico de enfermagem em questão, ou seja, 38 dos 50 pacientes da amostra, por meio do testes de U Mann-Whitney, com p-valor de 0,05. No tocante aos aspectos éticos,houve aprovação do respectivo projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética, apresentada sob o parecer número 392.535, com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética número 18710613.4.00005537. A partir da associação entre os fatores de risco do diagnóstico em questão e as variáveis apresentadas pelo paciente, verificaram-se as seguintes associações significativas: deficiência de conhecimento e tempo de hemodiálise em meses (p = 0,037); extremos de peso e renda familiar (p = 0,040); extremos de peso e volume de ultrafiltração (p = 0,010); e perda de líquidos por vias anormais e volume de ultrafiltração (p = 0,000). Pôde-se concluir que há associação entre fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de volume de líquidos deficiente e determinadas características socioeconômicas e clínicas do paciente portador de doença renal submetido ao tratamento hemodialítico.